11/09/2013

Viver sem insulina é possível, dizem cientistas

Com informações da Universidade de Genebra
É possível viver sem insulina?
Pesquisadores identificaram mecanismos que são necessários ativar para que seja possível a um ser humano viver sem insulina - na foto, cristais de insulina.
[Imagem: Wikipedia]

Pesquisadores identificaram mecanismos que são necessários ativar para que seja possível que um ser humano viva sem insulina.

A descoberta poderá abrir novos caminhos para a luta contra o diabetes.

A insulina é um hormônio segregado pelas células beta do pâncreas e que desempenha um papel essencial na regulação dos substratos energéticos, como a glicose.

Contudo, vários milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiências de insulina, o que impede que seus organismos processem adequadamente os alimentos.

Essa insuficiência, causada principalmente por diabetes (tipos 1 e 2), tem consequências fatais se não for tratada.

Para esses pacientes, a única saída é tomar injeções diárias de insulina.

Viver sem insulina

Agora, cientistas da Universidade de Genebra (Suíça) afirmam ter identificado mecanismos que "provam que a vida sem insulina é possível", segundo eles.

"Eliminando este dogma, os cientistas estão agora trabalhando em alternativas para o tratamento de insulina, que representa muitos riscos para os pacientes," afirma nota publicada pela universidade.

Os pesquisadores realizaram experimentos com roedores geneticamente modificados para não produzirem insulina.

Então, eles aplicaram leptina nas cobaias, um hormônio que regula as reservas de gordura do corpo e o apetite.

Graças à leptina, todos os animais sobreviveram à deficiência de insulina.

"Com esta descoberta, está se abrindo o caminho para criar uma alternativa ao tratamento com insulina. Agora precisamos entender os mecanismos através dos quais a leptina afeta o nível de glicose, independentemente do nível de insulina," explica o professor Roberto Coppari, coordenador da equipe.

Leptina em lugar da insulina

Os experimentos permitiram verificar se os neurônios envolvidos na mediação da ação antidiabética da leptina em mamíferos saudáveis desempenhavam um papel semelhante nos roedores que sofrem de uma deficiência de insulina.

Os resultados mostraram que não era esse o caso.

Na verdade, para surpresa dos cientistas, os neurônios GABA localizados no hipotálamo são os principais mediadores da ação da leptina sobre o nível de glicose no contexto da deficiência de insulina.

A influência desses neurônios sobre a glicose nunca tinha sido considerada substancial.

Além disso, os pesquisadores detectaram os tecidos periféricos afetados pela leptina durante a deficiência de insulina. Eles estão principalmente no fígado, no músculo solear e no tecido adiposo marrom.

Graças a esta descoberta, diz a nota da Universidade de Genebra, os cientistas agora sabem onde procurar a resposta para um tratamento para o diabetes sem insulina.

"Compreender o funcionamento e o efeito da leptina sobre o corpo vai permitir aos cientistas identificar as áreas do corpo que estão envolvidas e, finalmente, as moléculas que formam a base de um novo tratamento," conclui a nota.

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