26/07/2024

Brasil tem primeiras mortes por febre oropouche no mundo

Com informações da Agência Brasil

Mortes por febre oropouche

O Ministério da Saúde confirmou a ocorrência de duas mortes causadas por febre oropouche. Até hoje não havia nenhum caso registrado em todo o mundo sobre a ocorrência de óbito por esta doença.

Já em 2017 o Brasil havia declarado que o vírus oropouche é uma nova ameaça de saúde pública, mas as mortes de duas mulheres que viviam no interior da Bahia são os primeiros casos de óbito já registradas. Ambas tinham menos de 30 anos de idade, sem comorbidades, e apresentaram sinais e sintomas semelhantes ao da dengue grave.

Estão ainda sob investigação uma morte em Santa Catarina, quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês em Pernambuco, Bahia e Acre. Foi descartado a relação da febre oropouche com uma morte no Maranhão.

No último dia 11, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica a todos os estados e municípios recomendando o reforço da vigilância em saúde sobre a possibilidade de transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus. Com a nota técnica, o ministério pretende também orientar a sociedade sobre a arbovirose.

No entanto, não há ainda evidências científicas consistentes sobre a transmissão do vírus causador da febre - o vírus é conhecido como Orov - da mãe infectada para o bebê durante a gestação e nem sobre o efeito da infecção sobre má-formação de bebês ou aborto.

O que é febre oropouche?

A febre Oropouche é uma doença viral. O vírus Orov é transmitido principalmente por meio da picada de um pernilongo conhecido como maruim (Culicoides paraensis), ou mosquito-pólvora, bem como por espécies do mosquito Culex.

O vírus deve seu nome (Oropouche) à comunidade de Vega de Oropouche, em Trinidad e Tobago, localizada próxima ao rio Oropouche, onde ele foi identificado pela primeira vez em 1955.

No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960. Este ano, já foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados. A maior parte foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Desde 2023, foi ampliada a detecção de casos da doença no Brasil, por meio de testes de diagnóstico na rede pública em todas as regiões.

A febre oropouche pode ser confundida com a dengue. A doença evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.

Os sintomas duram cerca de dois a sete dias. Mas até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais. A maioria das pessoas tem evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.

Até o momento, não há tratamento específico para a febre oropouche. A terapia atual apenas alivia os sintomas.

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