Alzheimer e beta-amiloides
As placas amiloides, por décadas consideradas as causas do Alzheimer, podem ser parte do processo natural do corpo para se defender contra microrganismos.
Embora haja remédios aprovados para o Alzheimer que combatem essas placas de proteínas - sem resultados satisfatórios -, a ligação entre as placas amiloides e o Alzheimer vem sendo questionada por um estudo após o outro. Alguns experimentos já haviam concluído que, ao contrário da teoria mais aceita, a proteína beta-amiloide pode ter efeito benéfico para o paciente.
Agora, um novo estudo realizado no Hospital Geral de Massachusetts (EUA), fornece evidência adicional de que a proteína beta amiloide é uma parte normal do sistema imunológico humano, a primeira linha de defesa do organismo contra as infecções.
Os resultados, publicados na revista Science Translational Medicine, mostram que a expressão da beta amiloide humana protege o cérebro contra infecções potencialmente letais em ratos, em vermes e em células cerebrais humanas cultivadas em laboratório.
Defesa contra bactérias
"Nossos resultados levantam a possibilidade intrigante de que a patologia do Alzheimer possa surgir quando o cérebro percebe que está sob ataque de patógenos invasores, embora mais estudos sejam necessários para determinar se é ou não uma infecção 'autêntica' que está envolvida," afirmam Robert Moir e Rudolph Tanzi.
Em um trabalho anterior, a dupla já havia mostrado que as proteínas amiloides beta apresentam muitas das mesmas qualidades de um peptídeo antimicrobiano bem conhecido, uma pequena proteína do sistema imunológico que protege contra uma vasta gama de agentes patogênicos.
No presente estudo, eles descobriram que os animais de laboratório modificados geneticamente para expressar a beta-amiloide humana sobreviveram muito mais tempo após a indução de uma infecção por Salmonella no cérebro do que os animais sem a beta-amiloide. O mesmo ocorreu nos vermes C. elegans infectados por Candida ou Salmonella e nas células neuronais em cultura infectadas por Candida.
Na verdade, a beta amiloide humana expressa pelas células vivas parece ser 1.000 vezes mais potente contra a infecção do que a beta amiloide sintética utilizada em estudos anteriores.
"Se forem validados [por outros estudos], nossos dados também alertam para a necessidade de cautela com as terapias destinadas a eliminar totalmente as placas de beta-amiloide," afirmam os pesquisadores.
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