Bisturi sônico
O ultrassom tem servido há muito tempo como um método de diagnóstico, mas o ultrassom focalizado tem-se tornado uma ferramenta médica cada vez mais útil.
Acaba de ser demonstrado que essa técnica pode ser usada para destruir células tumorais em uma variedade de condições e órgãos muito maior do que se acreditava possível - até agora, este método só tem sido usado para órgãos como a próstata e o útero.
O uso do tratamento com ultrassom focalizado no fígado, um órgão que se movimenta continuamente devido à nossa respiração, foi apresentado por uma equipe financiada pela União Europeia, reunida em um projeto conhecido como TRANS-FUSIMO, durante o Congresso Europeu de Radiologia.
Foco em tempo real
Nesta forma de tratamento, as ondas de ultrassom são altamente concentradas e focalizadas para destruir o tecido doente pelo calor. Contudo, o método só está aprovado para um número limitado de indicações, como o tratamento do câncer de próstata, metástases ósseas e mioma uterino, órgãos que virtualmente não se movimentam com a pessoa em repouso.
A eficácia da técnica fez com que a equipe tentasse aprimorar o tratamento para que ele venha a ser aplicado também para tratar órgãos que se movem conforme os pacientes respiram.
Para isso, eles desenvolveram um equipamento que reorienta o feixe de ultrassom em tempo real para que ele acompanhe o movimento do órgão durante a respiração, mantendo o alvo firme sobre o tumor e garantindo a segurança do tecido saudável circundante. O paciente é posto em um escâner de ressonância magnética durante o procedimento e, a cada décimo de segundo, o escâner produz uma imagem mostrando a posição do órgão no momento exato para o disparo do ultrassom.
Os testes foram realizados alvejando o fígado.
Ultrassom focalizado
O emissor de ultrassons, o chamado transdutor, um aparelho equipado com mais de 1.000 pequenos transmissores de ultrassom, é colocado sobre o estômago do paciente. Os transmissores podem ser direcionados para que suas ondas convirjam precisamente em um ponto tão pequeno quanto um grão de arroz. Nesse ponto, elas cumprem seu efeito destrutivo, literalmente "cozinhando" as células tumorais.
"Nós concluímos a fase de desenvolvimento técnico e já realizamos os testes preliminares", contra a Dra Sabrina Haase, coordenadora do projeto. "Os resultados corresponderam às nossas expectativas. Agora podemos prosseguir para os próximos passos", o que incluirá testes em animais e, a seguir, em humanos.
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