Definição de obesidade
Uma equipe internacional de médicos e cientistas está propondo introduzir uma nova categoria, que eles chamam de "obesidade pré-clínica", para ajudar a repensar o modo como definimos a obesidade.
Segundo a equipe, essa mudança na definição de obesidade pode ajudar milhões de pessoas no mundo todo.
A definição atual, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), determina que a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal que represente um risco à saúde.
A OMS recomenda que os profissionais de saúde avaliem se as pessoas têm obesidade calculando seu índice de massa corporal (IMC), uma medida de peso em relação à altura - divida seu peso em quilogramas pelo quadrado da sua altura em metros. Um IMC entre 18,5 e 24,9 é considerado saudável, enquanto abaixo ou acima indica que alguém está abaixo ou acima do peso. Um IMC acima de 30 indica que a pessoa é obesa.
É verdade que altos níveis de gordura corporal podem fazer com que ela se infiltre em órgãos como o fígado e o pâncreas, prejudicando o funcionamento desses órgãos. A gordura também pode aumentar a inflamação, aumentando o risco de condições como câncer, doença hepática e problemas cardíacos.
Só há um "pequeno" problema: O IMC não consegue mostrar os níveis de gordura corporal de uma pessoa. "Com o IMC, não sabemos se esse 'excesso' de peso é devido ao excesso de gordura corporal ou à massa muscular ou óssea mais forte," exemplifica o professor Francesco Rubino, do King's College de Londres. Não por acaso, há tempos os cientistas tentam acabar com o Índice de Massa Corporal.
Mais do que isso, mesmo quando avaliados corretamente, por meio da medição da cintura ou, mais raramente, por exames de raios X, os níveis de gordura corporal não determinam totalmente a saúde de alguém. "Não há duas pessoas que respondam do mesmo modo ao excesso de gordura corporal. Isso é impactado pela raça e etnia de uma pessoa, sua idade, quais alimentos ela come, e a genética desempenha um papel tremendo," detalhou Steven Heymsfield, da Universidade do Estado da Louisiana (EUA).
Obesidade clínica e obesidade pré-clínica
Para eliminar esses problemas de diagnósticos envolvendo a gordura corporal, a equipe defende uma definição da obesidade com mais nuances, dividindo os casos em pré-clínicos e clínicos.
Ambas as formas seriam caracterizadas como tendo excesso de gordura corporal, mas apenas a forma clínica envolveria sintomas causados pelo excesso de gordura, como dificuldades respiratórias, problemas cardíacos ou dificuldade para realizar atividades cotidianas. Enquanto isso, a obesidade pré-clínica seria encarada como aumentando o risco de que a pessoa eventualmente desenvolva esses sintomas relacionados à obesidade clínica.
Há precedentes: Isso seria semelhante ao que acontece com as pessoas que têm pré-diabetes, quando seus níveis de açúcar no sangue estão mais altos do que o normal, mas não altos o suficiente para serem diagnosticadas com diabetes tipo 2.
Se essa redefinição de obesidade for aceita, isso exigirá que os médicos façam um trabalho mais completo, medindo diretamente os níveis de gordura corporal dos pacientes usando a largura da cintura ou raios X, além de calcular o IMC, embora alguém com um IMC acima de 40 sempre fosse considerado como tendo excesso de gordura. Exames de sangue adicionais deverão então ser feitos para avaliar a saúde de órgãos como fígado e pâncreas.
Segundo a equipe, isso melhoraria a qualidade dos diagnósticos e ajudaria e triar as pessoas para os cuidados de saúde mais adequados ao seu caso específico.
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