Ácidos graxos e etnia
As pessoas de ascendência africana e hispânica (Península Ibérica e Américas Central e do Sul) metabolizam os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 de modo diferente das populações de origem branca do hemisfério norte, nas quais se baseiam a maioria dos estudos científicos publicados sobre esses dois óleos importantes para a saúde.
Ômega-3 e Ômega-6 são "gorduras saudáveis". Podemos obtê-las através dos alimentos, mas muitas pessoas também os tomam como suplementos. O ômega-3 ajuda a manter o sistema imunológico saudável e pode diminuir o risco de doenças cardíacas, enquanto o ômega-6 promove a saúde imunológica, entre outros benefícios.
Esses ácidos graxos também desempenham papéis importantes no bom funcionamento das nossas células: Há indícios de que as pessoas com níveis mais elevados de ácidos graxos circulantes na corrente sanguínea apresentam risco reduzido de doenças cardíacas, diabetes tipo 2, doença de Alzheimer, câncer de mama e outras doenças graves.
Tem havido pesquisas substanciais sobre como os genes influenciam a capacidade do corpo de usar ômega-3 e ômega-6, mas sobretudo entre pessoas de ascendência europeia; tem havido muito menos estudos entre pessoas de ascendência hispânica e africana. Foi o que se propuseram a fazer Chaojie Yang e colegas da Universidade da Virgínia (EUA).
Diferenças notáveis
A equipe relata que descobertas genéticas anteriores sobre o metabolismo de ácidos graxos em pessoas de ascendência europeia muitas vezes se mantêm verdadeiras para pessoas de ascendência hispânica e africana. Por exemplo, um local num determinado cromossomo foi identificado como um centro importante para a regulação da utilização de ácidos graxos nos europeus, e esse mesmo centro revelou-se igualmente importante para pessoas de ascendência hispânica e africana.
No entanto, os cientistas também encontraram diferenças notáveis, com várias fontes genéticas anteriormente desconhecidas de variação nos níveis de ácidos graxos entre pessoas de ascendência hispânica e africana.
Essas diferenças ajudam a explicar por que os organismos destas etnias usam os ácidos graxos de maneira diferente e ainda sugerem respostas a perguntas como por que os hispânicos com ascendência indígena norte-americana costumam ter níveis mais baixos de ácidos graxos no sangue.
"Nosso estudo encontrou novas variações genéticas relacionadas aos ácidos graxos que nunca encontramos em nossos estudos anteriores e que não incluíam tanta diversidade genética," disse a professora Ani Manichaikul. "Na nossa investigação futura, continuaremos a incluir tanta diversidade ancestral e genética quanto possível, para que possamos aprender como a vasta gama de variações no DNA humano afeta a saúde das pessoas."
A equipe destaca ainda que suas descobertas estabelecem as bases para estudos futuros que examinem como as diferenças no metabolismo e no acúmulo dos ácidos graxos podem influenciar os resultados de doenças como o câncer, ou como afetam o funcionamento do sistema imunológico.
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