O que motiva você a buscar a felicidade determina se você a conseguirá

A felicidade pode ser aprendida, mas é preciso continuar praticando.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Felicidade e bem-estar

A felicidade e o bem-estar vão muito além de simplesmente estabelecer alguns objetivos que você acredita que o levarão lá - alcançar a felicidade e o bem-estar também depende do motivo pelo qual você persegue especificamente esses objetivos.

Joanne Dickson e colegas das universidades Edith Cowan (Austrália) e Liverpool (Reino Unido) entrevistaram 197 pessoas da Austrália e Cingapura para descobrir seus objetivos pessoais mais significativos, além das razões que cada um tinha para persegui-los - por que elas acreditavam que isso as faria mais felizes.

Os resultados revelaram a importância de que cada pessoa entenda por que estabelece seus objetivos.

"Nossa pesquisa mostra que pessoas que buscam objetivos livremente por razões relacionadas aos seus relacionamentos, como fortalecer laços com entes queridos, tendem a experimentar mais felicidade e bem-estar," contou a pesquisadora.

"Por outro lado, o estudo descobriu que, quando as pessoas são motivadas por pressões externas, como quando a situação exige, ou por sentimentos de culpa ou vergonha caso não busquem um objetivo, elas relatam níveis mais baixos de bem-estar," acrescentou.

Em outras palavras, quando as pessoas sentem que "precisam" fazer algo para se sentirem melhor, em vez de quererem genuína e livremente perseguir um objetivo para isso - mesmo que seja o mesmo objetivo nos dois casos -, os efeitos não são os esperados.

Autonomia

O estudo também examinou o impacto da autonomia pessoal no bem-estar alcançado no estabelecimento e consecução dos objetivos.

Perseguir objetivos baseados em interesses e valores pessoais, algo conhecido como motivação pessoalmente autônoma, é geralmente associado ao bem-estar pessoal. Contudo, isso não parece ser generalizado, já que a autonomia mostrou-se associada a um maior bem-estar para os cingapurianos, mas não para os australianos.

"Ainda não entendemos completamente por que essa diferença existe. Essa descoberta justifica uma investigação mais aprofundada," disse Dickson.

No geral, os resultados indicam que intervenções psicológicas para aumento da felicidade e do bem-estar devem considerar não apenas quais objetivos as pessoas definem para si mesmas, mas também por que elas os definem e por que os perseguem. "As razões subjacentes que direcionam e energizam a busca por objetivos representam um nível mais profundo de motivação," concluiu Dickson.