O si-mesmo e os outros
Ter uma renda mais elevada tem muitos benefícios, incluindo melhorias na saúde e na satisfação com a vida, mas há muita controvérsia sobre se ter mais dinheiro está associado a uma maior felicidade ou não.
O que agora se constatou é que as pessoas que ganham mais dinheiro tendem a experimentar mais emoções positivas focadas em si mesmas, enquanto as pessoas que ganham menos tiram maior prazer dos seus relacionamentos e da sua habilidade de se conectar com outras pessoas.
Os pesquisadores selecionaram uma amostra nacionalmente representativa, questionaram os participantes sobre sua renda familiar e então fizeram uma série de perguntas destinadas a medir a tendência de cada um de experimentar sete emoções distintas que são consideradas como constituindo o núcleo da felicidade: diversão, reverência, compaixão, contentamento, entusiasmo, amor e orgulho. Por exemplo, para medir a compaixão, os participantes classificaram sua concordância com declarações do tipo: "Cuidar dos outros me dá um sentimento íntimo caloroso".
Os participantes no extremo superior do espectro socioeconômico relataram uma maior tendência a experimentar emoções focadas em si mesmos, especificamente o contentamento, o orgulho e a diversão.
Os indivíduos na parte inferior da escala de renda mostraram-se mais propensos a experimentar emoções que se concentram em outras pessoas, como a compaixão e o amor. Indivíduos mais pobres também relataram experienciar reverência e beleza no mundo ao seu redor.
Tipos de felicidade
"Estes resultados indicam que a riqueza não está inequivocamente associada à felicidade. O que parece ocorrer é que sua riqueza lhe predispõe a diferentes tipos de felicidade. Embora os indivíduos mais ricos possam encontrar maior positividade em suas realizações, status e realizações individuais, indivíduos menos ricos parecem encontrar mais positividade e felicidade em seus relacionamentos, sua capacidade de cuidar e de se conectar com os outros," disse o professor Paul Piff, da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA).
O professor Piff acredita que essas diferenças podem surgir do desejo de independência e autossuficiência dos indivíduos de renda mais alta, enquanto as emoções orientadas para outros ajudam os indivíduos de baixa renda a formar vínculos mais interdependentes com outros para ajudar a lidar com seus ambientes mais desafiadores. Essa hipótese é compatível com resultados de outro estudo recente, que demonstrou que as pessoas mais pobres são mais sábias devido às exigências de relacionamento com sua comunidade.
A pesquisa foi publicada na revista Emotion.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Felicidade | Relacionamentos | Trabalho e Emprego | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.