Vacina natural contra ebola
A propagação do vírus ebola na África Ocidental demonstrou definitivamente que a doença é rápida e devastadora, e difícil de conter.
Contudo, pesquisadores agora acreditam ter encontrado uma verdade mais positiva escondida no caos da epidemia.
A doença pode estar silenciosamente "vacinando" uma parcela significativa da população, pessoas que são expostas ao vírus mas nunca sucumbem a ele e nem apresentam sintomas de infecção - em outras palavras, pessoas às quais o vírus ebola não causa doença.
Se essas pessoas adquiriram uma imunidade ao ebola, as estratégias para a intervenção e tratamento da doença precisam ser reanalisadas, de acordo com a equipe chefiada pelo Dr. Steve Bellan, da Universidade do Texas em Austin (EUA).
"Se a infecção sem doença protege as pessoas de futuras infecções e doença pelo ebola, a epidemia deve declinar mais cedo do que agora se prevê e afetar um número menor de pessoas," acrescenta Juliet Pulliam, da Universidade da Flórida, coautora do estudo publicado na revista médica The Lancet.
Imunidade ao ebola
Os pesquisadores analisaram estudos feitos na sequência de um surto de ebola. Um deles mostrou que 71% das pessoas que tiveram contato próximo com pacientes ebola e testaram positivo para o vírus não ficaram doentes; outro mostrou que 46% das pessoas que tiveram contato próximo com pacientes de ebola e não ficaram doentes tinham evidência de infecção com o vírus.
"Queremos saber se as pessoas que estão infectadas sem ficarem doentes tornam-se imunes," disse a Dra. Pulliam. "Se essas pessoas estão protegidas contra infecções futuras, isso abriria novas oportunidades para o controle da doença."
Os pesquisadores sugerem que os indivíduos assintomáticos podem ajudar a diminuir a propagação do vírus ebola em dois aspectos importantes: eles podem ser recrutados para trabalhar como cuidadores em comunidades de alto risco; e sua imunidade natural pode torná-los os principais candidatos para a doação de sangue para transfusões.
"Mesmo se as projeções atuais superestimam a magnitude que essa epidemia vai tomar, seus efeitos são devastadores, e um esforço global para controlar a propagação do vírus ebola na África Ocidental continua a ser imperativo," finalizam os autores.
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