Questionando o uso do placebo
Os testes de medicamentos considerados mais eficazes atualmente, e exigidos pelas autoridades de saúde de todo o mundo, são os chamados testes duplo-cego com aplicação controlada de placebo.
Ao administrar o placebo de forma controlada, os cientistas esperam controlar o impacto da expectativa do resultado sobre os efeitos dos medicamentos.
Mas se a técnica alcança esse objetivo é uma outra questão. Na verdade, é um pressuposto altamente questionável.
Placebo também faz efeito
Durante uma nova pesquisa avaliando o problema, uma amostra de pacientes dependentes de álcool receberam naltrexona, acamprosato ou placebo durante 12 semanas. Embora não tenha havido diferenças entre os resultados do tratamento nos três grupos, aqueles que acreditavam estar tomando medicamentos ativos consumiram menos álcool e relataram uma menor dependência do álcool.
Ou seja, independentemente do tratamento real, a percepção da medicação pelos pacientes determinou resultados concretos sobre sua saúde - estivessem eles tomando medicamentos reais ou apenas placebo.
Resultados "meramente psicológicos"
Estes resultados destacam as diferenças entre a administração de medicamentos durante os testes clínicos e a prática médica padrão. Essa discrepância demonstra que a validade dos testes de medicamentos, contrapostos à administração do placebo, é altamente questionável.
Ao questionar a validade dos testes com placebo, os pesquisadores demonstram a urgência de se desenvolver novas técnicas de avaliação de novos medicamentos, além de ressaltar a importância para os resultados dos tratamentos de fatores hoje desconsiderados pelos pesquisadores e taxados, geralmente de forma depreciativa, como "meramente psicológicos."
A pesquisa, que questiona o uso do placebo como ferramenta de avaliação, foi publicada no jornal médico Psychotherapy and Psychosomatics.
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