22/04/2019

Trocando uma incubadora por um útero artificial

Redação do Diário da Saúde
Trocando uma incubadora por um útero artificial
O equipamento está muito mais próximo do útero natural do que de uma incubadora.
[Imagem: Haruo Usuda et al. - 10.1016/j.ajog.2019.03.001]

Bebês extremamente prematuros

Uma tecnologia pioneira baseada no uso de um útero artificial para salvar bebês extremamente prematuros está sendo saudada como um avanço médico e biotecnológico sem precedentes, que logo poderá virar padrão nas UTIs neonatais.

Os primeiros testes demonstraram a capacidade da plataforma artificial de suporte à vida baseada em placenta para manter vivos fetos de carneiros extremamente prematuros (600-700g) - equivalentes a um feto humano na 24ª semana de gestação.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado a viabilidade da sobrevida prolongada com a tecnologia de placenta artificial em fetos pré-termo tardios, mas não haviam ainda sido feitos testes que demonstrassem o uso da plataforma para dar suporte a fetos extremamente prematuros, o principal alvo clínico dessa tecnologia.

"A tecnologia foi projetada para revolucionar o tratamento de recém-nascidos gravemente prematuros. O objetivo é oferecer uma ponte entre o útero natural e o mundo exterior para dar aos bebês nascidos nas primeiras idades gestacionais mais tempo para seus frágeis pulmões amadurecerem.

"Com um refinamento adicional, o que hoje pode ser considerado uma tecnologia futurística, pode em breve não ser tão futurista e pode ser um padrão de cuidados," disse o professor Haruo Usuda, da Universidade Tohoku (Japão).

"Durante várias décadas houve pouca melhora nos resultados de prematuros extremos nascidos na fronteira da viabilidade (21-24 semanas de gestação). Provamos o uso dessa tecnologia para dar suporte, pela primeira vez, a cordeiros extremamente prematuros, equivalentes a 24 semanas de gestação humana, em um estado estável de crescimento normal por cinco dias.

"Este resultado ressalta a potencial aplicação clínica desta tecnologia para bebês extremamente prematuros nascidos na fronteira da viabilidade. No mundo da tecnologia de placenta artificial, nós efetivamente quebramos o recorde," disse o professor Matt Kemp, membro da equipe.

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