Benefícios e riscos
Pacientes com câncer de mama em tratamento com trastuzumabe devem ser monitoradas quanto a possíveis danos ao coração independentemente da idade.
Esta é uma das conclusões de um acompanhamento de mais de 18.000 mulheres, realizado por pesquisadores da Rede Universitária de Saúde (Canadá), que congrega diversos institutos de pesquisas.
Tratamentos contendo trastuzumabe (comumente vendido com o nome comercial de Herceptin®) para o câncer da mama têm melhorado significativamente a sobrevida de pacientes com a doença.
No entanto, já se sabia que este tratamento traz um risco de insuficiência cardíaca congestiva que é particularmente preocupante quando o medicamento é utilizado juntamente com antraciclinas (uma outra classe de fármacos).
Por isso, os protocolos de tratamento geralmente aconselham a monitoração cuidadosa das pacientes mais velhas, uma vez que se presumia que elas têm um maior risco de eventos cardíacos. Contudo, agora foram descobertas fortes evidências clínicas de que as pacientes mais jovens devem ser igualmente monitoradas por danos ao coração.
Trastuzumabe e risco cardíaco
O estudo constatou que a taxa ajustada de eventos cardíacos graves foi de 6,6% com a terapia sequencial (antraciclinas seguidas por trastuzumabe), quase 4 vezes maior do que o grupo de referência das pacientes que receberam outros tipos de quimioterapia.
A equipe também constatou que as pacientes que receberam trastuzumabe sem antraciclinas tiveram uma incidência de 5,1% de eventos cardíacos graves, o que é 1,76 vez maior do que o grupo de referência. As pacientes que receberam antraciclinas sem trastuzumabe não apresentaram elevação de risco cardíaco.
As próprias antraciclinas já têm sido alvo de outros estudos que mostram que quimioterapias à base dessa droga apresentam efeitos cognitivos nas pacientes.
"Infelizmente, alguns dos medicamentos utilizados para o tratamento de câncer da mama estão associados com lesões ao coração e disfunção cardíaca. Se olharmos para os ensaios clínicos que foram utilizados para aprovar estas drogas, o risco de disfunção cardíaca não é muito alto. Mas quando essas drogas são usadas na prática clínica, elas são usadas em uma coorte [amostra populacional representativa] mais ampla de pacientes, e algumas dessas pacientes têm um maior risco de disfunção cardíaca," resumiu o cardiologista Dinesh Thavendiranathan, principal autor do estudo.
Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Oncology.
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