Toxina que dispara defesa
Normalmente, eles estão entre os muitos organismos inofensivos encontrados no corpo humano: Uma em cada quatro pessoas tem milhões de bactérias Staphylococcus aureus na pele e nas membranas mucosas do trato respiratório superior - sem saber e sem sofrer nenhum prejuízo com isso.
Em alguns casos, contudo, as bactérias inofensivas podem se transformar em agentes patogênicos, o que pode causar inflamação da pele e infecções pulmonares ou, no pior dos casos, sepse.
"Isso acontece especialmente quando a bactéria se multiplica muito rápido, por exemplo, quando o sistema imunológico de uma pessoa é enfraquecido por uma infecção ou lesão," explicou o Prof. Oliver Werz, da Universidade Jena (Alemanha).
Werz e sua equipe estavam estudando justamente os mecanismos de defesa molecular do sistema imunológico humano na luta contra essas infecções por Staphylococcus aureus quando fizeram uma descoberta surpreendente.
O coquetel tóxico com o qual a Staphylococcus aureus danifica células e tecidos também tem efeitos positivos: Células imunológicas específicas são estimuladas pela toxina bacteriana, passando a produzir substâncias mensageiras especializadas que ajudam a reduzir a inflamação e a promover a cura dos tecidos.
Células imunológicas produzem substâncias anti-inflamatórias
A equipe estudou em particular a toxina bacteriana α-hemolisina, examinando seu efeito nos macrófagos M2, células imunológicas que, nos estágios posteriores de uma reação inflamatória, garantem que as bactérias que foram mortas e os componentes celulares danificados sejam removidos e que o tecido se regenere.
"Eles são, portanto, uma espécie de lixeiros do lixo celular," disse o pesquisador Paul Jordan.
A equipe descobriu que a α-hemolisina se liga a proteínas receptoras específicas na superfície dos macrófagos M2 e, assim, desencadeia a produção de substâncias mensageiras anti-inflamatórias nas células, que então levam à resolução da inflamação.
As substâncias mensageiras anti-inflamatórias incluem resolvinas, maresinas e protetores que são formados a partir de ácidos graxos ômega-3.
A equipe espera que esse mecanismo até então desconhecido seja significativo para futuros tratamentos de inflamações da pele e feridas crônicas.
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