Suplemento mortal
Determinados suplementos vitamínicos foram associados com um pequeno aumento no risco de morte em mulheres idosas.
O estudo sugere que o consumo de suplementos dietéticos, incluindo multivitamínicos, ácido fólico, ferro e cobre, entre outros, diminui a expectativa de vida das mulheres na faixa dos 50 e 60 anos.
O estudo foi publicado hoje na revista médica Archives of Internal Medicine.
Uso de suplementos
O finlandês Jaakko Mursu usou dados dos Estados Unidos para estudar a associação entre a taxa de mortalidade e ingestão de suplementos de vitaminas e minerais.
Foram pesquisadas 38.772 mulheres com idade média de 61,6 anos, que relataram seu consumo de suplementos vitamínicos e minerais em 1986, 1997 e 2004.
O uso de suplementos cresceu muito entre 1986 e 2004. Em 1986, 62,7% das mulheres tomavam pelo menos um suplemento por dia; esse número passou para 75,1% em 1987 e 85,1% e 2004.
Só em caso de doença
Os cientistas concluíram que o uso de multivitaminas, vitamina B6, ácido fólico, ferro, magnésio, zinco e cobre apresentou uma associação com um maior risco de morte.
O risco mais elevado foi associado com a ingestão de ferro.
O único suplemento que teve um efeito contrário, elevando a expectativa de vida, foi o cálcio.
Embora a elevação do risco de morte seja pequena (2,4%) era de se esperar, se esses suplementos realmente fossem saudáveis e úteis, que houvesse um aumento na expectativa de vida.
"Com base nas evidências existentes, nós vemos poucas justificativas para o uso geral e disseminado dos suplementos," concluem os autores. "Nós recomendamos que eles sejam usados apenas com fortes razões médicas, tais como doenças e deficiências nutricionais sintomáticas."
Mais não é sempre melhor
Os médicos Goran Bjelakovic e Christian Gluud, que não participaram da pesquisa, comentaram os resultados afirmando que eles "somam-se a uma crescente evidência demonstrando que certos suplementos antioxidantes, como vitamina E, vitamina A, e beta-caroteno, podem ser perigosos".
"A suplementação dietária mudou de um preventivo contra deficiências para tentativas de promover a saúde e o bem-estar," escrevem os dois comentaristas. "Nós acreditamos que o paradigma 'Quanto mais melhor' está errado."
"Nós não podemos recomendar o uso de suplementos de vitaminas e minerais como uma medida preventiva, pelo menos não em uma população bem nutrida," concluem eles.
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