26/07/2019

Síndrome do Impostor: O alto custo do perfeccionismo

Redação do Diário da Saúde
Síndrome do Impostor: O alto custo do perfeccionismo
A síndrome do impostor não afeta apenas a vida profissional.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Síndrome do impostor

Um pouco de dúvida sobre o próprio desempenho no trabalho pode ser uma coisa boa. Mas, se passar da conta, como qualquer outra coisa, pode ser algo muito ruim.

Quando funcionários, geralmente de alto desempenho, começam a duvidar demais de suas habilidades, isso pode se transformar em algo que os psicólogos chamam de "síndrome do impostor", causando fadiga, insatisfação e incapacidade de manter um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal.

A síndrome do impostor refere-se a ter problemas para reconhecer e acreditar em sua própria capacidade de fazer bem as coisas e ter sucesso. Isso leva as pessoas a supercompensarem, pagando um elevado preço emocional.

Os indicadores da síndrome do impostor incluem tendências perfeccionistas mal-adaptativas, como a superpreparação e a superestimação dos próprios erros. Funcionários que se vêm como impostores podem usar expressões como "Tive sorte", "Eu estava no lugar certo na hora certa" e "Se eu consegui, qualquer um pode" ao descrever seu trabalho - em vez de reconhecer suas próprias conquistas.

E o problema se espalha para bem além do ambiente de trabalho, atingindo os círculos familiares, garantem Lisa Sublett e Holly Hutchins (Universidade de Houston), e Lisa Penney (Universidade do Sul da Flórida).

Conflito entre trabalho e família

O que as três psicólogas descobriram foi que os trabalhadores que vivenciam fenômenos impostores têm maior probabilidade de ter conflitos entre o trabalho e os papéis familiares porque estão emocionalmente exaustos e tendem a ficar menos satisfeitos com a vida familiar por causa disso.

"O ponto mais importante do nosso estudo foi mostrar que os funcionários que experimentam pensamentos persistentes de se sentirem como falsos estão não apenas experimentando efeitos prejudiciais no trabalho, mas também em casa," disse Sublett. "Esses funcionários talentosos estão emocionalmente esgotados e lutam para manter as demandas familiares e as do trabalho. Nosso estudo também acrescenta legitimidade à discussão do fenômeno impostor como uma importante questão no desenvolvimento de talentos, especialmente para funcionários de alto potencial".

Como os gerentes precisam manter esses altos desempenhos, é importante reconhecer os sinais da síndrome do impostor o quanto antes e ajudar a mitigar esses sentimentos.

As três pesquisadoras têm algumas recomendações práticas para esses gerentes, incluindo mudanças na política de gerenciamento, bem como suporte individual aos funcionários.

"Nós recomendamos que os supervisores estejam cientes dos indicadores que apontam que um subordinado está lutando com a síndrome do impostor," disse Sublett. "Como mostra nosso estudo, esses funcionários correm um risco maior de sofrer altos níveis de Síndrome do Esgotamento Profissional, insatisfação no trabalho e conflitos entre família e trabalho. Além de fornecer apoio emocional a esses indivíduos, os supervisores podem ajudar a aliviar cognições do impostor fornecendo treinamento individual sobre perfeccionismo e feedback frequente sobre o desempenho."

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