Conduíte para crescimento de nervos
O tratamento de lesões nervosas com a ajuda de conduítes de orientação para o crescimento dos nervos tem gerado muitos sucessos regenerativos, mas não em todos os casos.
Por isso, uma equipe das universidades Médica de Viena (Áustria) e Oxford (Reino Unido) decidiu testar a seda como material de suporte para o reparo de nervos rompidos.
Em seus experimentos, usando seda de bichos-da-seda e de aranhas, os pesquisadores constataram que esses materiais naturais podem avançar significativamente as opções terapêuticas na reconstrução de nervos periféricos.
A equipe construiu conduítes nervosos com os dois tipos diferentes de seda: A seda dos bichos-da-seda foi usada para os tubos, enquanto a seda das aranhas foi usada para preenchê-los.
Os experimentos mostraram que os nervos cortados se adaptaram aos novos conduítes e cresceram ao longo dos fios de seda, percorrendo toda a distância do defeito, até que as terminações nervosas cortadas fossem reconectadas com sucesso.
"Como parte do nosso estudo, não apenas conseguimos reparar o nervo, mas também analisamos os componentes do processo de cicatrização em detalhes," disse Lorenz Semmler, coordenador dos experimentos.
Essa análise detalhada mostrou que os tubos feitos de seda de bicho-da-seda são equipados com uma parede porosa que garante a troca necessária de nutrientes e resíduos, o que é importante para a funcionalidade dos nervos. Além disso, foram obtidas informações sobre a estrutura molecular dos tubos, que é responsável por sua estabilidade e evita dobras e rupturas. Também foi demonstrado que as células cruciais para a regeneração nervosa aderem a ambos os tipos de seda, o que é um pré-requisito para a regeneração prosseguir.
A equipe planeja partir agora para ensaios clínicos, para confirmar os resultados atuais em pacientes.
Seda de aranha para regeneração nervosa
Os guias para o crescimento de nervos, feitos de vários materiais, como quitosana ou colágeno, têm sido uma importante ferramenta cirúrgica para reparo de nervos há décadas.
Esses suportes são essencialmente tubos que são suturados em ambas as extremidades de um nervo lesionado para unir o canal nervoso rompido. Sob condições ideais, esses tubos já podem suportar o crescimento de fibras nervosas e células, mas hoje eles conseguem preencher apenas pequenas lacunas.
Para aprimorar essa técnica, os cientistas têm discutido o uso de um material de preenchimento, criando uma estrutura guia dentro dos tubos. É mais ou menos como um "corrimão" para o nervo danificado, ao longo do qual o tecido em regeneração pode se orientar e crescer, eventualmente preenchendo lacunas maiores. "Em nosso estudo, descobrimos que os nervos periféricos funcionam bem quando esses fios são feitos de seda, com a teia de aranha aparentemente sendo a preferida para os trilhos-guia," disse Semmler.
Com esses resultados, a equipe já está trabalhando no próximo passo para explorar o uso da seda de aranha em lesões nervosas periféricas humanas.
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