Roda moderna
Um sistema comum na Idade Média para abandonar filhos indesejados ressurgiu com força na Europa nos últimos dez anos, mas com nova roupagem.
Diferente das rodas de bebês rejeitados de outros séculos, o equipamento moderno difere dos cilindros de madeira instalados em paredes de conventos ou igrejas medievais.
Nos equipamentos antigos, os bebês indesejados eram depositados pela parte de fora e depois girados para dentro dos estabelecimentos.
Embora tenha a mesma finalidade, o novo sistema consiste em uma espécie de berço aquecido, monitorado por enfermeiras e disposto em locais próximos a hospitais com fácil acesso da população.
Críticas
A prática, entretanto, continua sendo duramente criticada pela ONU, uma vez que violaria os direitos das crianças.
O processo é anônimo, ou seja, nunca se conseguirá associar o bebê à mãe.
É justamente este argumento - o de confidencialidade - que é criticado por quem condena a iniciativa.
Os críticos afirmam que a roda pode ser usada por pais inescrupulosos ou até cafetões para pressionar as mães a abandonar seus bebês.
"Como o processo é realizado no anonimato e não inclui qualquer aconselhamento psicológico à mãe, cria um precedente perigoso tanto para a mulher como para a criança", ressalta Kevin Browne, da Universidade de Nottingham.
Não há consenso, contudo, sobre o argumento levantado por Browne. Partidários da medida afirmam que estão oferecendo a mães desesperadas uma maneira segura de abandonar filhos indesejados.
Segundo eles, a roda estaria oferecendo segurança para a criança. Se o instrumento não estivesse disponível, a criança poderia ser abandonada no lixo ou até ser morta.
Até o Vaticano possui uma roda para acolhimento de bebês. O serviço é mais disseminado na Alemanha, com 99 rodas, seguida pela Polônia, com 45, e República Tcheca, com 44.
Direito ao arrependimento
O sistema conta com todas as facilidades de uma maternidade comum.
Uma vez que o bebê é depositado no berço, um alarme soa e uma equipe de médicos chega para checar o estado de saúde do recém-nascido.
A criança, então, é tratada no hospital e nutrida até ser encaminhada ao sistema legal de adoção.
Neste período inicial, as mães têm o direito de buscarem de volta seus filhos caso se arrependam. Porém, uma vez feita a adoção, não há mais recurso.
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