22/01/2013

Rins estão sendo removidos desnecessariamente

Redação do Diário da Saúde

Salvem o meu rim

Milhares de pacientes estão tendo seus rins removidos desnecessariamente porque os médicos estão diagnosticando incorretamente suas doenças.

O alerta foi lançado pela equipe do Dr. John Bissler, do Hospital Infantil de Cincinnati, em um artigo publicado na renomada revista The Lancet.

Um diagnóstico adequado pode permitir a adoção de um tratamento que não apenas evita a remoção do rim, mas que elimina a necessidade de qualquer cirurgia.

Esclerose tuberosa

O problema atinge sobretudo pacientes com esclerose tuberosa - ou TSC, na sigla em inglês (tuberous sclerosis complex) -, uma doença genética.

Aproximadamente um de cada cinco desses pacientes que apresentam tumores renais, tem um rim retirado. Além disso, outros 40% passam por algum tipo de procedimento cirúrgico.

"O rim parece ruim, mas ele funciona. Os médicos não estão familiarizados com a esclerose tuberosa, de que forma que, quando vêm os tumores, acham que é carcinoma celular renal, e fazem as cirurgias tentando ajudar," diz o médico.

"Mas isso é desnecessário. Felizmente, muitas pessoas nos procuram pedindo uma segunda opinião," diz o médico, embora acrescente que não sabe dizer o número de vezes que ouviu de pacientes que seus médicos retiraram seu rim porque ele tinha uma aparência ruim.

Angiomiolipomas

Na esclerose tuberosa, é comum que tumores cresçam sobre órgãos vitais.

Até 80% dos pacientes têm esses tumores, chamados angiomiolipomas.

Durante anos, o principal tratamento para angiomiolipomas foi a embolização arterial, que utiliza um cateter para obstruir a artéria e parar o fluxo de sangue para o tumor. A embolização, no entanto, também pode danificar os tecidos saudáveis.

Hoje já existe pelo menos um medicamento, o everolimus, que faz com que esses tumores comecem a encolher.

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