25/11/2014

Realidade virtual ajuda pessoas aceitarem-se a si mesmas

Redação do Diário da Saúde
Realidade virtual ajuda pessoas a aceitarem-se a si mesmas
Os resultados foram fortemente positivos, com os voluntários autocríticos sendo receptivos às mensagens de compaixão expressas por eles mesmos por meio de avatares.
[Imagem: Aitor Rovira/UCL]

Pensamentos autodestrutivos

A autocompaixão pode ser aprendida utilizando avatares em um ambiente de realidade virtual.

Pesquisadores já haviam usado a realidade virtual em psicoterapia e até mesmo para aliviar dores reais.

Agora, uma equipe da Universidade College de Londres usou uma abordagem inovadora com avatares virtuais que se mostrou eficaz para reduzir a autocrítica e aumentar a autocompaixão e os sentimentos de contentamento em indivíduos naturalmente autocríticos.

O professor Mel Slater e seus colegas afirmam que a técnica de realidade virtual poderá ser aplicada para tratar uma variedade de condições clínicas, incluindo a depressão e outras condições nas quais os pacientes apresentam fortes pensamentos autodestrutivos

Recebendo compaixão

Slater projetou um método para melhorar a compaixão das pessoas com relação a si mesmas criando uma situação única em que avatares são usados para prover uma "conversa consigo mesmo".

Os participantes foram todos treinados para expressar compaixão para com uma criança angustiada representada no ambiente virtual por seu avatar. Enquanto cada um conversava com a criança chorando, ela parecia ouvir e responder positivamente à compaixão demonstrada por cada voluntário.

Depois de alguns minutos, 22 dos participantes foram transferidos para o corpo virtual infantil e, a partir dessa perspectiva, viram seu corpo adulto virtual original expressando suas próprias palavras e gestos de compaixão para com os "eles-crianças".

Os restantes 21 participantes observaram o seu corpo adulto virtual original expressar compaixão para a criança a partir de uma perspectiva de terceira pessoa. Os participantes foram entrevistados para mensurar traços de humor e de personalidade antes e após o experimento.

Os resultados foram fortemente positivos, com os voluntários autocríticos sendo receptivos às mensagens de compaixão expressas por eles mesmos por meio de seu avatar adulto original.

"Quando você usa uma tela montada na cabeça e olha para baixo para si mesmo e vê um corpo virtual substituindo e movendo-se como o seu próprio, e também o vê em um espelho, isto dá uma dica poderosa para o cérebro que este é o seu corpo," comenta o professor Mel Slater, descrevendo como as palavras de compaixão têm um efeito real para a pessoa que as recebe mesmo por meio de um avatar.

Autocrítica e autocompaixão

O excesso de autocrítica desempenha um papel proeminente no desenvolvimento e na persistência de muitos problemas de saúde mental, incluindo a depressão.

As pessoas que são autocompassivas, por sua vez, tendem a ter níveis mais baixos de autocrítica e são mais capazes de lidar com eventos negativos da vida.

Nessas ocasiões, a autocompaixão age como um reservatório, ajudando a promover um clima positivo e um bem-estar geral.

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