03/02/2012

Raios de ultra-som expulsam pedras nos rins sem dor

Redação do Diário da Saúde
Raios de ultra-som expulsam pedras nos rins sem dor
A s pedras nos rins aparecem não apenas coloridas, mas também piscando - daí o nome da técnica: "artefato cintilante".
[Imagem: Francois Manson]

Pedras no espaço

Uma nova técnica para tratar pedras nos rins poderá superar as principais deficiências dos tratamentos atuais.

As pedras são detectadas com um avançado sistema de imageamento por ultra-som, baseado em um processo chamado "artefato cintilante".

Uma vez localizadas com precisão, as pedras são empurradas por um outro ultra-som altamente focalizado.

Os doutores Lawrence Crum e Michael Bailey, da Universidade de Washington, estão desenvolvendo a técnica para que ela possa ser usada até mesmo por astronautas no espaço, uma situação que exige tratamentos rápidos e seguros, e com equipamentos pequenos.

Artefato cintilante

Antes que a pedra possa ser empurrada para fora, ela precisa ser localizada. Os aparelhos comuns de ultra-som possuem um modo de imageamento em preto e branco, chamado modo B, que cria uma imagem da anatomia.

Mas esses aparelhos também têm um modo Doppler, que mostra o fluxo sanguíneo e o movimento do sangue no interior dos tecidos em cores.

No modo Doppler, as pedras nos rins aparecem não apenas coloridas, mas também piscando - daí o nome "artefato cintilante".

Ninguém sabe por que isso ocorre, mas os cientistas decidiram tirar proveito do fenômeno.

Estimativas indicam que os cálculos renais atingem 10% da população em algum momento de suas vidas.

Além de uma condição extremamente dolorosa e incapacitante, sua remoção nem sempre é simples, e o problema pode ser recorrente.

Com a nova técnica, o tratamento pode ser muito mais simples e incrivelmente rápido.

Raio de expulsão

Com as pedras localizadas, o operador pode selecionar uma por uma e disparar contra cada uma delas uma onda focalizada de ultrassom, movendo-a para a saída do rim.

A onda focalizada de ultra-som tem uma amplitude de meio milímetro, capaz de mover a pedra a uma velocidade de um centímetro por segundo.

"Nós agora podemos usar ondas de ultra-som, vindas diretamente através da pele, para empurrar pequenas pedras, ou pedaços de pedras, rumo à saída do rim, de forma que elas passem naturalmente, evitando as cirurgias," diz o Dr. Bailey.

Segundo os médicos, a nova técnica também poderá ser útil para a ablação de tumores e para interromper hemorragias internas.

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