Detonando as próprias metas
Quando decidimos violar uma meta que estabelecemos para nós mesmos - como economizar, fazer exercícios ou aderir a uma dieta - nós não deixamos barato: Violamos pra valer, indo ao extremo.
O que ocorre é que, quando as pessoas pensam em violar um objetivo pessoal, elas procuram tirar o máximo proveito dessa violação escolhendo a opção mais extrema. É como se quiséssemos gastar nossa culpa pela quebra do compromisso com algo que vale a pena de fato.
Para chegar a essa conclusão, a equipe da professora Kelly Goldsmith, da Universidade Vanderbilt (EUA), induziu e manipulou dezenas de voluntários para ver quem adotava uma meta, como perder peso ou economizar dinheiro, e depois quem aguentaria mantê-la. Para isso, os pesquisadores apresentaram aos participantes uma escolha entre opções que conflitavam com o objetivo assumido, como estadias em hotéis de luxo ou sobremesas deslumbrantes.
Os participantes que haviam firmado o compromisso (em comparação com aqueles que não o fizeram) e sucumbiram às tentações tenderam a escolher a opção mais indulgente: Os que estavam tentando economizar dinheiro escolheram o mais caro dos hotéis para umas férias hipotéticas, e aqueles que tentavam perder peso escolheram a sobremesa com mais calorias.
Fazer valer a pena
A princípio, esses resultados podem parecer contra-intuitivos, mas os autores realizaram mais experimentos para elucidar o processo de pensamento por trás dessas decisões aparentemente contraditórias.
Então eles descobriram que as pessoas que têm uma meta sentem-se em conflito ao escolher entre opções que violam o compromisso que assumiram consigo mesmas. Esse conflito faz com que elas busquem a opção que justifica a violação do seu objetivo, que geralmente é a escolha mais indulgente.
Em outras palavras, se qualquer uma das opções fizer com que a pessoas viole a meta, ela tende a aproveitar ao máximo a própria violação e escolher a opção mais indulgente - "Se é para quebrar o compromisso, então que seja pra valer".
"Isto implica que não se vai trocar a dieta por um biscoitinho - ou seja, um prazer comum, de baixo custo e baixa qualidade -, sendo muito mais provável que a pessoa o faça por um resultado que maximize a indulgência e, portanto, valha a pena," escreveram Goldsmith e seus colegas Ravi Dhar e Elizabeth Friedman, da Universidade de Yale, em um artigo publicado no Journal of Association for Consumer Research.
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