QI cultural
Pesquisadores já haviam alertado que os testes de QI não medem muita coisa.
Agora, novas pesquisas reafirmam: não existe algo como um "teste de inteligência universal".
Isso porque as diferenças culturais determinam os resultados dos testes de QI em pessoas de diferentes origens, afirmam Ahmed Fasfous e seus colegas da Universidade de Granada (Espanha).
Para chegar a essa conclusão eles reuniram 54 voluntários, 27 espanhóis e 27 marroquinos residentes há pouco tempo na Espanha.
Os grupos foram selecionados de forma a garantir que existiam diferenças culturais claras entre eles: eles falam idiomas diferentes (espanhol e árabe), professam religiões diferentes (cristianismo e islamismo), têm tradições diferentes e vieram de diferentes contextos geográficos (Europa e África).
Os dois grupos foram submetidos a diferentes testes de capacidade intelectual, incluindo um teste de inteligência padrão (não-verbal) e vários testes neuropsicológicos que pretendem medir funções como memória visual e funções executivas.
Habilidades culturais
Embora os dois grupos tenham apresentado pontuações semelhantes em termos de sexo, escolaridade e nível socioeconômico, os resultados mostraram que, no teste de inteligência não-verbal, o grupo espanhol obteve uma pontuação de QI maior do que o grupo marroquino.
Mas foram as habilidades neuropsicológicas utilizadas em cada subteste que se mostraram mais claramente dependentes do país de origem de cada participante.
Segundo os pesquisadores, isso mostra que o mesmo teste de QI pode medir diferentes funções cognitivas em pessoas de diferentes culturas.
Eles afirmam que os testes de QI não podem ser considerados como imunes à influência da cultura, e deveriam ser validados em cada contexto cultural antes de permitirem a realização de comparações entre pessoas de culturas diferentes.
Outros estudos já haviam demonstrado que, em um mesmo grupo, o resultado nos testes de QI é influenciado pela motivação dos participantes enquanto realizam os testes - uma mesma pessoa obtém um QI diferente se estiver motivada ou não.
Mais do que isso, ainda que no mesmo contexto cultural, já se demonstrou que a motivação e os hábitos de estudo importam mais do que o QI.
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