Organoclorados e autismo
Produtos químicos utilizados em alguns pesticidas e em materiais isolantes térmicos proibidos desde a década de 1970, ainda podem estar nos assombrando e emergindo na forma de uma das condições que mais intrigam os médicos e pesquisadores: o transtorno do espectro autista.
Uma nova pesquisa mostra que há ligações estreitas entre níveis mais elevados de exposição a esses compostos químicos durante a gravidez e a ocorrência do autismo nas crianças que nascem dessas gravidezes.
De acordo com a pesquisa, as crianças nascidas de mães expostas, durante a gravidez, a níveis mais elevados de compostos presentes em produtos químicos chamados organoclorados, têm aproximadamente 80% mais probabilidade de serem diagnosticadas com autismo.
Embora a produção de produtos químicos organoclorados venha sendo proibida em todo o mundo há anos, estes compostos podem permanecer no ambiente e serem absorvidos na gordura de animais que os seres humanos comem, o que leva à exposição.
Por exemplo, os dados da equipe foram formados por uma amostra populacional de 1.144 crianças nascidas no sul da Califórnia entre 2000 e 2003, mais de 20 anos desde o banimento das substâncias nos EUA, que se deu em 1977.
Janelas críticas
De acordo com os pesquisadores, o problema pode não estar aparecendo porque muitas pesquisas analisam a presença dos organoclorados no ambiente e comparam esses dados com os diagnósticos de autismo por área, quando o correto é que se meça o impacto especificamente na forma como as mulheres grávidas são afetadas.
"Para examinar o papel das exposições ambientais no risco de autismo é importante que as amostras sejam coletadas durante períodos de tempo com evidência a susceptibilidades para o autismo - as chamadas 'janelas críticas' no neurodesenvolvimento. O desenvolvimento fetal é uma dessas janelas críticas," alertou a professora Kristen Lyall, da Universidade Drexel (EUA).
A pesquisa foi publicada na revista Environmental Health Perspectives.
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