Capacidade física de trabalho
Os cientistas preveem que a temperatura média do planeta será mais quente em 2100 do que é hoje. Mas que impacto esse aumento da temperatura teria sobre os trabalhadores?
Para avaliar o impacto da exposição ao calor na capacidade física de trabalho, pesquisadores examinaram o impacto do aumento do estresse térmico no local de trabalho na saúde e na produtividade de cinco setores econômicos: Manufatura, construção civil, transporte, turismo e agricultura.
Já existem várias avaliações tentando responder a essa pergunta, mas os modelos que analisam o impacto das altas temperaturas do local de trabalho sobre a chamada "capacidade física de trabalho" (CFT) baseiam-se em experimentos limitados, com tempos de exposição ao calor de até uma hora.
Para eliminar essa deficiência dos estudos, James Smallcombe e seus colegas da Universidade Loughborough (Reino Unido) fizeram o primeiro estudo em nível mundial analisando um turno de trabalho completo, consistindo em seis ciclos durante um dia de trabalho.
No experimento, trabalhadores saudáveis completaram seis sessões de trabalho de 50 minutos, separadas por intervalos de descanso de 10 minutos e um intervalo de almoço prolongado, em quatro ocasiões distintas: Uma vez em um ambiente fresco (15 °C/50% de umidade relativa) e em três diferentes combinações de temperatura do ar e umidade relativa (moderada, 35 °C/50% de umidade relativa; quente, 40 °C/50% de umidade relativa; e muito quente, 40 °C/70% de umidade relativa). Essas faixas de temperatura e umidade abrangem aquelas já experimentadas normalmente por mais de um bilhão de trabalhadores em todo o mundo nas regiões tropicais.
A CFT (capacidade física de trabalho) foi quantificada como a energia gasta acima dos níveis de repouso.
Queda da produtividade no calor
Além da redução na produtividade já observada nos estudos anteriores, com uma hora de duração, a produção de trabalho por ciclo diminuiu ainda mais, mesmo no clima frio, com a maior redução após o intervalo para almoço e o consumo de refeições.
Trabalhar em temperaturas de 35 °C/50% de umidade relativa resulta em uma redução média de 35% na produtividade ao longo da jornada de trabalho, chegando a 76% de redução quando o termômetro atinge 40 °C/70% de umidade relativa.
Além das reduções devido ao calor observadas nos testes curtos de 1 hora (30, 45 e 60% para os três climas), em comparação com o rendimento do trabalho no clima frio, houve em média uma redução adicional de 5%, 7% e 16% na CFT quando o trabalho foi realizado em um turno de trabalho completo para condições moderadas, quentes e muito quentes, respectivamente.
"Uma queda significativa na produtividade terá um impacto significativo no bem-estar dos funcionários e nos resultados dos negócios. É mais uma evidência de por que ações devem ser tomadas agora para impedir o aquecimento global, cujo efeito já está sendo sentido mais fortemente por aqueles no Sul Global," disse o professor George Havenith, coordenador da pesquisa.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Trabalho e Emprego | Atividades Físicas | Bem-estar emocional | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.