Será possível prever a evolução das espécies?
De forma mais específica, será possível prever como irá evoluir o vírus da gripe? Ou de que forma as bactérias irão desenvolver resistência aos antibióticos? Ou mesmo como as células cancerígenas vão se adaptar para se propagar dentro de um ser humano?
Este tema começa a ser levado a sério pela comunidade científica, e uma conferência internacional reunirá pesquisadores de renome de todo o mundo em Portugal de 8 a 11 de julho para debater os próximos passos rumo a esse objetivo. O nome do evento é "Prevendo a evolução?"
Mutações previsíveis
Fazer previsões sobre o vírus da gripe facilitaria a criação de vacinas mais apropriadas. As bactérias resistentes a antibióticos são também cada vez mais motivo de preocupação.
Prever a evolução de micróbios em resposta ao uso de antibióticos iria ajudar na tomada de decisões bem fundamentadas sobre o uso desses antibióticos.
Antever de que forma o vírus do HIV pode evoluir ou prever as alterações genéticas que ocorrem durante o desenvolvimento de tumores seria extremamente útil no planejamento de tratamentos.
Enfim, fazer previsões sobre todas estas ameaças à saúde humana poderia ajudar a salvar vidas.
"As experiências que nós e outros laboratórios temos feito revelam uma notável reprodutibilidade dos alvos genéticos que sofrem alterações evolutivas quando os micróbios se adaptam a ambientes específicos dentro do nosso corpo. Parece que, de certa forma, os micróbios estão nos dizendo que podemos prever a sua evolução a curto prazo," defende Isabel Gordo, do Instituto Gulbenkian de Ciência e uma das organizadoras da conferência.
Previsão da evolução
Embora a biologia evolutiva seja considerada uma ciência histórica, debruçando-se essencialmente na reconstrução de eventos passados - causadas pelas famosas mutações genéticas aleatórias -, cada vez mais os cientistas têm tentado usar seus dados para a previsão de eventos futuros.
Prever a evolução era um tópico que atraía poucos cientistas até agora por causa da complexidade de fatores que podem influenciar este processo - assim, prever de que forma será a vida na Terra daqui a milhões de anos parecia algo completamente irrealista.
No entanto, experiências realizadas em diferentes organismos, tanto em laboratório como na natureza, parecem indicar que talvez seja possível prever a evolução a curto prazo. E isto poderia trazer muitos benefícios para a saúde humana.
A expectativa é que a troca de ideias e resultados de experimentos durante a conferência possa ajudar a traçar roteiros para que essas pesquisas prossigam de maneira focada, objetiva e reprodutível.
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