Adeus à pólio
Em 1994, a Região das Américas foi a primeira no mundo a ser certificada como livre da poliomielite.
Hoje, apenas dois países - Paquistão e Afeganistão - têm o poliovírus selvagem circulando, com 66 casos recentes registrados pela Organização Mundial da Saúde). Ainda assim, apenas um dos três tipos de poliovírus selvagem permanece ativo e o mundo está pronto para dar um adeus definitivo à pólio.
A cobertura vacinal em crianças com menos de um ano de idade passou de 25% em 1978 para mais de 80% em 1993. Pelo menos oito em dez crianças foram vacinadas e a imunidade de "rebanho" conferida pela vacina Sabin garantiu proteção coletiva, condenando o poliovírus selvagem à extinção.
Uma década antes, em maio de 1985, a OPAS/OMS propôs para seus Estados Membros interromper a transmissão do poliovírus selvagem nas Américas. Por consenso, os países se comprometeram com a meta e promoveram a mobilização das populações e o envolvimento de parceiros estratégicos, igrejas e sociedades civis. Por sua vez, os organismos de cooperação e agências cooperantes redobraram seus esforços, fornecendo assistência técnica e mobilizando recursos para contribuir com os extraordinários esforços dos países da Região.
Em agosto de 1991, uma criança nascida nas montanhas do departamento de Junín, no Peru, foi a última vítima do poliovírus selvagem. Graças aos esforços colaborativos dos países, agências comprometidas com a vacinação e forte participação da comunidade, hoje as crianças nas Américas têm acesso garantido a vacinas gratuitas, seguras e de qualidade. Esses esforços combinados fizeram da vacina um bem social, com acesso universal e equitativo para todos.
Poliomielite no Brasil
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio também em 1994. O último caso de infecção pelo poliovírus selvagem no país ocorreu em 1989, na cidade de Souza, no estado da Paraíba.
A estratégia adotada para a eliminação do vírus no Brasil foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.
Até que a poliomielite seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas.
No Brasil, o esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada (VIP), aos dois, quatro e seis meses de idade, e dois reforços com vacina oral (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
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