Ondas cerebrais Princesa Leia
Cientistas descobriram um conjunto de ondas cerebrais que circulam em torno do cérebro enquanto dormimos, e que podem explicar como o sono nos ajuda a reforçar as memórias do dia que transcorreu.
Essas ondas cerebrais até agora desconhecidas têm um formato tão peculiar que seus descobridores as estão chamando de "ondas Princesa Leia", porque elas se assemelham ao penteado característico da personagem dos filmes Star Wars.
Terry Sejnowski e seus colegas do Instituto Salk de Ciências Biológicas (EUA) descobriram as ondas circulares por acaso, ao analisar dados elétricos de oito pacientes com epilepsia que tiveram eletrodos inseridos temporariamente em seus cérebros para monitorar a atividade associada com suas convulsões.
Os eletrodos permitiram capturar dados elétricos do cérebro enquanto os pacientes dormiam durante uma semana, um dado a que ninguém tivera acesso antes.
Oscilações circulares ao redor do cérebro
A equipe observou que a atividade das ondas circulares manifesta-se milhares de vezes por noite, cada ciclo com uma duração de cerca de dois segundos. Ao plotar as ondas em um modelo matemático, os dados mostraram que elas formam oscilações quase perfeitamente circulares ao redor do cérebro.
Cada onda - ou cada ciclo - tem seu próprio padrão específico de picos e vales. Em média, cada padrão ocorreu cerca de 200 vezes por noite, mas alguns se repetiram mais vezes, em torno de 500 vezes.
Elas emergem do hipocampo, uma região já sabidamente associada com a recuperação das nossas memórias. De lá, as ondas Princesa Leia propagam-se para o tálamo, uma área que é conhecida por incorporar informações vitais à nossa capacidade de lembrar de eventos pessoais, indo depois para o córtex, que é responsável por funções complexas, como pensamentos e ações.
Ondas de lembranças
Agora que sabem de sua existência, os pesquisadores planejam estudar as ondas circulares de forma mais detalhada e tentar desenvolver aparelhos para monitorá-las de forma não-invasiva, sem depender dos eletrodos implantados no cérebro.
Elas quase certamente estão associadas com o papel que o sono tem para consolidar as memórias de coisas aprendidas ou vividas recentemente.
Sejnowski acredita que cada padrão de onda pode representar uma memória diferente de um evento que ocorreu durante o dia, com eventos incomuns sendo repetidos mais vezes do que eventos rotineiros, para garantir que eles sejam incorporados na memória de longo prazo.
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