Leptospirose em Santa Catarina
Embora os problemas causados pelas enchentes ainda estejam longe de serem solucionados, o estado de Santa Catarina se depara agora com uma nova ameaça, a leptospirose.
Até o momento já foram registrados 5 casos, mas o número deve subir porque a ocorrência da doença só pode ser confirmada com exames laboratoriais, de sangue ou urina, uma vez que seus sintomas podem ser confundidos com os sintomas de outras doenças.
O que é leptospirose?
A leptospirose é uma doença bacteriana, causada pela bactéria Leptospira interrogans. É tipicamente uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida por animais, e ocorre no mundo inteiro, exceto nas regiões polares.
Apesar de ser uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, podendo chegar a ser fatal, em 90% dos casos a evolução da leptospirose é benigna.
Sintomas da leptospirose
Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos, olhos congestionados, dor abdominal, diarréia e coceira.
Também pode-se verificar a ocorrência de icterícia - um amarelamento da pele e do branco dos olhos, tipicamente verificado em recém-nascidos. Estes são os casos mais graves.
As complicações incluem meningite, falência dos rins e do fígado e deficiência respiratória. Esta forma mais grave da doença é também conhecida como doença de Weil ou síndrome de Weil, em homenagem ao patologista alemão Adolf Weil, que descobriu a doença em 1886. Em casos raros, as complicações podem ocasionar a morte do paciente.
Nas formas brandas da doença, sem a ocorrência de icterícia, a leptospirose pode ser confundida em várias outras doenças, principalmente com a gripe comum. Isto faz com que as autoridades de saúde avaliem que apenas cerca de 10% das ocorrências da doença cheguem a ser notificadas.
Transmissão da leptospirose
A maioria das infecções por leptospirose ocorre através do contato com águas de enchentes contaminadas por urina de ratos.
Há casos também da contaminação por meio de outros animais domésticos, por exemplo, por meio de contato com urina de animais de estimação como cães e gatos, mesmo quando esses animais são vacinados.
Há registros de mortes da doença depois que pessoas ingeriram bebidas acondicionadas em latas que foram contaminadas nos depósitos dos supermercados. Por isto as autoridades de saúde recomendam sempre lavar as latas de bebidas e refrigerantes antes de levá-las à boca.
Não há registros de transmissão da doença de uma pessoa para outra.
Tratamento da leptospirose
O tratamento da pessoa com leptospirose é feito fundamentalmente com hidratação do paciente.
Quando o diagnóstico da leptospirose é feito até o quarto dia da doença, são usados antibióticos como doxiciclina e penicilinas, que ajudam a reduzir as chances de evolução da doença para a forma mais grave.
Não deve ser utilizado medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que aumentam o risco de sangramentos. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
As pessoas com leptospirose sem icterícia não precisam ser internadas, podendo fazer o tratamento em casa. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas. As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas como diálise peritonial para tratamento da insuficiência renal.
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