Nanopartículas artificiais
Bilhões de nanopartículas artificiais, presentes nos alimentos e nos produtos farmacêuticos, são ingeridos pelos seres humanos diariamente.
Por conta disso, a equipe do Dr. Michael Shuler, da Universidade de Cornell (EUA), alerta que essas nanopartículas podem ser mais prejudiciais à saúde do que se pensava.
Os pesquisadores avaliaram como nanopartículas de poliestireno - uma substância comum, aprovada pela FDA, encontrada em substâncias que variam de aditivos alimentares a vitaminas - afeta como as galinhas absorvem o mineral ferro, um nutriente essencial em suas células.
Eles escolheram as galinhas porque esses animais absorvem o ferro em seus corpos de forma semelhante aos seres humanos, e elas são igualmente sensíveis à deficiência desse micronutriente.
Absorção de ferro
Os pesquisadores testaram tanto a exposição aguda quanto a exposição crônica às nanopartículas, usando células intestinais humanas em placas de Petri, bem como galinhas vivas.
De acordo com o estudo, a exposição às nanopartículas em altas intensidades em um período curto inicialmente bloqueia a absorção de ferro.
A exposição a longo prazo causa alterações nas estruturas das células intestinais, permitindo um pequeno aumento compensatório na absorção de ferro.
O Dr. Shuler afirmou que a pesquisa serve para destacar como essas partículas minúsculas, que têm sido amplamente estudadas e muitas vezes consideradas seguras a priori, causam alterações detectáveis que podem levar por exemplo, à absorção de outros compostos prejudiciais.
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Nanotechnology.
Nanoplaquetas de grafeno
Já a equipe do Dr. Ken Donaldson, da Universidade de Edimburgo (Escócia), concentrou-se em um tipo específico de nanomaterial, chamado grafeno, uma das maiores estrelas da nanotecnologia.
Depois que sua descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física a dois cientistas russos, o grafeno passou a ser considerado uma espécie de "material maravilha", e vem sendo pesquisado por inúmeros grupos ao redor do mundo, sobretudo para uso em tecnologias elétricas e eletrônicas.
Mas o Dr. Donaldson afirma que o grafeno oferece risco mesmo é para os trabalhadores que ajudam a fabricá-lo ou trabalham com ele.
O grafeno é uma espécie de tela de galinheiro formada apenas por átomos de carbono. Assim, ele não forma nanopartículas, mas o que os cientistas chamam de nanoplaquetas.
Segundo a pesquisa, essas nanoplaquetas conseguem penetrar muito profundamente nos pulmões porque, como discos de frisbee jogados na praia, elas têm uma aerodinâmica que as ajuda a flutuar no ar.
Isso as leva muito mais longe do que outras formas de grafeno ou outras nanopartículas, que geralmente têm estrutura arredondada.
A pesquisa foi publicada na revista científica ACS Nano.
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