04/04/2022

Mulheres recebem menos procedimentos cardíacos e têm piores resultados

Redação do Diário da Saúde
Mulheres recebem menos procedimentos cardíacos e têm piores resultados
Conheça as seis práticas de vida saudável para o coração das mulheres.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Menos e pior

As mulheres são menos propensas a se submeterem aos sete procedimentos mais comuns para problemas cardíacos do que os homens.

E, mesmo quando as mulheres recebem esses procedimentos, elas são mais propensas do que os homens a morrer no hospital.

"Os homens recebem mais procedimentos e são menos propensos a morrer, enquanto as mulheres recebem menos procedimentos e são mais propensas a morrer," reforça o Dr. Nischit Baral, do Hospital McLaren Flint (EUA). "Além disso, descobrimos que as pessoas de cor são menos propensas do que as brancas a se submeterem a esses procedimentos. No entanto, nossos dados não mostram que as pessoas de cor sejam mais propensas a morrer após um procedimento cardíaco, embora os números possam ter sido muito pequenos para detectar isso."

Procedimentos cardíacos, como implantes de marcapassos, stents cardíacos e substituições de válvulas cardíacas, estão entre os procedimentos mais comuns realizados em hospitais, e seus números estão aumentando ano a ano. Mas parece que esse crescimento não está atingindo igualmente os homens e as mulheres.

Problemas cardíacos em mulheres e em homens

Estudos anteriores sobre o tema se limitaram a observar diferenças nos resultados por raça e por sexo para um único procedimento, como a inserção de stent cardíaco. Baral e seus colegas decidiram que examinar os dados de resultados para os sete procedimentos mais comuns capturaria melhor quaisquer disparidades baseadas em sexo ou raça.

Eles analisaram dados de hospitais nos EUA de 2016 a 2019, com dados anônimos de mais de 7 milhões de internações anuais em todo o país.

Mais de 2 milhões de internações para procedimentos cardíacos ocorreram durante o período que os pesquisadores examinaram: 62% de todos os procedimentos foram realizados em homens e 38% em mulheres.

Em comparação com os homens, as mulheres que receberam procedimentos cardíacos eram aproximadamente três anos mais velhas (idade média de 71,5 anos para mulheres versus 67,7 para homens) e tiveram pontuações ligeiramente mais altas em um índice que mede a gravidade da doença.

Depois de controlar fatores como idade, sexo, raça, gravidade da doença, localização do hospital e renda, os pesquisadores descobriram que as mulheres eram 13% mais propensas do que os homens a morrer no hospital após esses procedimentos cardíacos. Independentemente do sexo, a grande maioria dos pacientes que receberam procedimentos cardíacos eram brancos (77%), em comparação com negros (9,6%), hispânicos (7,4%), asiáticos (2,4%) e outros (3,4%).

Sem sintomas?

Estes resultados deixam muitas perguntas sem resposta sobre por que as mulheres recebem menos procedimentos cardíacos e são mais propensas a morrer no hospital depois de receber tal procedimento em comparação com os homens, disse Baral.

A resposta mais simples indica que os sintomas de doenças cardíacas podem ser menos frequentes entre as mulheres. O problema é se os eventos cardíacos não forem menos frequentes entre as mulheres, mas apenas os sintomas não se apresentarem do mesmo modo.

"Nossos resultados devem ser um chamado à ação para que os médicos estejam mais conscientes de que a doença cardíaca pode ter uma apresentação diferente em uma mulher, e sejam mais vigilantes quando as mulheres apresentam sintomas atípicos que podem ser um ataque cardíaco," disse o Dr. Baral. "Para melhorar os resultados gerais das mulheres, também devemos trabalhar juntos para garantir que elas estejam recebendo o procedimento cardiovascular adequado a tempo e sejam tratadas com o mais alto padrão de atendimento."

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