Ausência de bem-estar
O seu risco de morrer depende muito mais do seu nível de bem-estar do que das doenças, sejam eventuais, sejam as que você já tenha.
Este quadro radicalmente diferente do processo de envelhecimento, eventual adoecimento e morte, está sendo traçado pela equipe da professora Martha McClintock, da Universidade de Chicago (EUA), em um trabalho que acaba de ser publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os dados coletados pela equipe mostram que quantos anos uma pessoa tem desempenha pouco ou mesmo nenhum papel na determinação das diferenças na saúde e no bem-estar.
A conclusão dos pesquisadores é que a comunidade médica está se concentrando no conjunto errado de fatores para determinar o risco de morrer.
Modelo abrangente de saúde
Em vez de se basear em uma lista de verificação de enfermidades do coração, câncer, diabetes, pressão arterial e níveis de colesterol, talvez seja hora de considerar um novo "modelo abrangente de saúde", que olhe para fatores como o bem-estar psicológico, a função sensorial e a mobilidade.
"O novo modelo abrangente de saúde identifica quadros de saúde completamente ocultos pelo modelo médico e reclassifica cerca de metade daquilo que as pessoas veem como saudável como tendo vulnerabilidades significativas que afetam as chances de que elas podem morrer ou ficar incapacitadas dentro de cinco anos," diz McClintock.
"Ao mesmo tempo, algumas pessoas com doenças crônicas se mostram com muitos pontos fortes que levam à sua reclassificação como bastante saudáveis, com baixos riscos de morte e incapacidade," acrescenta a professora Linda Waite, coautora da proposta.
Fatores para uma vida saudável
Alguns dos fatos levantados pela equipe e incluídos no modelo abrangente de saúde são:
Solidão e funções sensoriais
"Do ponto de vista do sistema de saúde, é necessária uma mudança de atenção de uma gestão focada em doenças, tais como medicações para a hipertensão ou colesterol elevado, para um bem-estar geral ao longo de muitas áreas," diz outro coautor, William Dale.
"Em vez de políticas centradas na redução da obesidade como um problema de saúde muito lamentado, um maior apoio para a redução da solidão entre idosos isolados ou na restauração de funções sensoriais seria mais eficaz na melhoria da saúde e do bem-estar da população mais velha," acrescenta Edward Laumann, também membro da equipe de pesquisa.
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