Foram confirmados casos de malária em indivíduos com histórico de deslocamento para áreas cobertas por Mata Atlântica ou próximas a ela no estado do Rio de Janeiro.
São chamados de casos autóctones, cuja transmissão aconteceu nesse período na região serrana do estado do Rio de Janeiro, entre pessoas que visitaram a localidade.
Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua como referência em malária para a região extra-Amazônica, estão orientando como os profissionais de saúde, moradores e turistas devem agir em caso de suspeita da doença, incluindo um telefone para atender profissionais de saúde que precisem de auxílio em casos suspeitos.
O diagnóstico rápido da malária é fundamental. O imunologista Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, da Fiocruz, explica que o diagnóstico rápido e correto é importante para aliviar os sintomas do paciente e também para impedir que o número de infectados aumente.
"Na região amazônica, cerca de 60% dos casos são identificados nas primeiras 48 horas de infecção. Muito diferente do que ocorre na região Extra-Amazônica, onde, na maioria das vezes, o médico não considera a malária como uma das possibilidades diagnósticas e menos de 20% dos casos são tratados nesse período inicial da doença. Nessa região, em geral, e neste momento em particular, é preciso informar os profissionais de saúde, turistas e a população dessas localidades", reforça o pesquisador.
Pacientes com suspeita de malária fora da região endêmica devem ser encaminhados para um centro especializado no diagnóstico e tratamento do agravo, mesmo que não haja confirmação da doença nos primeiros exames diretos ou no teste rápido.
Malária-Fone
O Malária-Fone é uma linha exclusiva para fornecimento de informações sobre a doença, inclusive sobre os locais para diagnóstico e tratamento. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, podendo ser acionado 24h por dia para casos específicos de emergência médica (paciente febril com suspeita da doença). Contato: (21) 99988-0113.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) tem equipe especializada no diagnóstico e tratamento da malária e é referência do MS para os casos na Extra-Amazônia (Av. Brasil, 4365 - Manguinhos - Rio de Janeiro).
A médica Patrícia Brasil, também da Fiocruz, destaca que os médicos devem ficar atentos à presença de síndrome febril e à história de deslocamento às localidades onde os casos foram registrados.
Na forma clássica da doença, o principal sintoma é a febre, que pode ser constante nos primeiros dias, para depois ocorrer de forma intermitente, a cada dois ou três dias. Os pacientes também podem apresentar calafrios, suor e dor de cabeça, embora a ausência desses sintomas não exclua a possibilidade de malária. A malária da Mata Atlântica costuma ter poucos sintomas e raramente é motivo de internação hospitalar.
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