Moral ou imoral?
É mais fácil ganhar uma má reputação do que se livrar dela.
De forma mais geral, parecer haver uma assimetria na forma como as pessoas avaliam o caráter moral dos outros, com pesos diferentes para o lado negativo e para o lado positivo.
Em uma série de experimentos, voluntários deviam ler sobre as ações de pessoas fictícias que se comportavam de uma maneira moral ou imoral.
Por exemplo, uma pessoa fictícia, Bárbara, trabalhava em um escritório e, algumas vezes, segurava a porta para os outros ou elogiava seus colegas. Outras vezes, ela furava as filas e espalhava fofocas. Os participantes deviam então avaliar a mudança no comportamento de Bárbara.
Mudar para pior e mudar para melhor
Os voluntários tenderam a julgar os comportamentos imorais muito mais duramente.
Quando Bárbara agiu mal, levou apenas alguns instantes para os participantes julgarem-na como tendo mudado para pior. Quando Bárbara agiu moralmente, os participantes queriam ver significativamente mais exemplos de seu bom comportamento antes de considerar que ela mudara para melhor.
Os resultados sugerem que as pessoas têm diferentes pontos de ruptura moral para comportamentos bons e maus - temos um limite menor quando se trata de julgar o declínio moral do que o aperfeiçoamento moral.
Infelizmente para Bárbara, ela não recebeu crédito extra quando parou de se comportar mesquinhamente.
Julgamentos reais
Por outro lado, quando os participantes tinham que premiar ou castigar as pessoas fictícias por mudar seus comportamentos, a assimetria não apareceu. Elas receberam os prêmios quando seu comportamento melhorou, de forma equivalente às punições quando começaram a agir mal.
Nadav Klein e Ed O'Brien, da Universidade de Chicago (EUA), afirmam que esse dado pode ser de interesse dos juízes.
"Em que ponto uma pessoa que se envolve em uma série de pequenos delitos merece ser julgada por um crime grave? Quando é que uma pessoa que exibe bom comportamento ao cumprir pena pode ganhar uma sentença mais curta?", questionam eles. "Nossos resultados apontam uma desigualdade nessas decisões comuns e difíceis".
Os resultados foram publicados na revista Social Cognition.
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