Luz contra o câncer
Uma nova estratégia contra o câncer usa a luz como uma arma de precisão.
A luz emitida como parte das técnicas tradicionais de exames de imagens, usadas para localizar tumores metastáticos, foi transformada em um mecanismo de ativação de medicamentos contra esses tumores.
Quando esses medicamentos são embalados em nanopartículas que grudam nas células cancerosas iluminadas, o medicamento sensível à luz produz radicais livres tóxicos que matam as células tumorais.
Ao contrário das terapias fotônicas ou fotodinâmicas tradicionais - que são limitadas à pele e áreas acessíveis com um endoscópio - esta nova técnica pode atacar células de câncer que se espalharam no interior do corpo.
A técnica funcionou em camundongos com câncer de mama metastático agressivo e com mieloma múltiplo, um câncer dos glóbulos brancos do sangue.
Titanoceno
A tecnologia aproveita um candidato a medicamento de quimioterapia chamado titanoceno. Apenas como agente quimioterápico, o titanoceno não funcionou bem em ensaios clínicos, mesmo em doses relativamente altas.
Mas a equipe do Dr. Samuel Achilefu, da Universidade de Washington (EUA), resolveu tirar proveito de uma característica peculiar do fármaco: quando exposto à radiação emitida pela luz visível, o titanoceno, mesmo em doses baixas, produz partículas reativas que são tóxicas para as células. Essa propriedade não era aproveitada pelo fármaco porque é virtualmente impossível fazer a luz chegar até o tumor.
Achilefu e seus colegas então pegaram as moléculas de titanoceno e as embalaram dentro de nanopartículas que visam proteínas que ficam na superfície das células cancerígenas. Quando as nanopartículas fazem contato com as células tumorais, suas membranas se fundem, liberando o titanoceno nas células.
Faltava então a luz para ativar o titanoceno para que ele começasse a gerar os radicais livres, os verdadeiros responsáveis por liquidar as células do câncer.
Para isso, os pesquisadores adicionaram às nanopartículas um agente de contraste chamado fluorodeoxiglicose (FDG), um tipo de açúcar. As células de câncer, sempre famintas, absorvem fortemente o FDG, fazendo com que os tumores brilhem em uma tomografia por emissão de pósitrons (PET). E esse brilho também aciona o titanoceno, liberando radicais livres e matando as células.
"Esta tecnologia fototerapêutica é particularmente adequada para atacar pequenos tumores que se espalham para diferentes partes do corpo, inclusive no fundo da medula óssea," disse o Dr. Samuel Achilefu.
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