Procedimentos inócuos
Uma pesquisa feita no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto (SP) mostrou que a limpeza regular das UTIs adulta e neonatal do hospital não são capazes de combater as bactérias presentes no local.
A limpeza das UTIs, seguindo todos os padrões regulamentares, resultou em uma ligeira diminuição na diversidade dos micróbios. No entanto, vários gêneros de bactérias foram resistentes à desinfecção, o que sugere que elas estão bem-adaptadas ao ambiente.
"Em geral, o procedimento de limpeza era inconsistente. Os fatores de influência potenciais da limpeza insatisfatória incluem baixa eficiência do biocida usado, bactérias bem adaptadas à limpeza diária, soluções desinfetantes e toalhetes contaminados e conformidade variável ao procedimento de higiene e limpeza das mãos," diz o texto da da pesquisa, publicada na revista Frontiers in Public Health.
A limpeza regular é um protocolo que guia a higienização dos leitos da UTI e da área em torno, incluindo colchão, bombas de infusão e respirador, e tem como objetivo reduzir os micróbios no ambiente e prevenir transmissões entre os pacientes.
O procedimento de limpeza seguido pela equipe do hospital é padronizado e feito de acordo com diretrizes internacionais, mas os efeitos não foram os esperados.
"A maioria dos gêneros [de bactérias] encontrados em ambas as unidades [de UTI] está presente no microbioma humano saudável, sugerindo que os vetores mais prováveis de contaminação são funcionários e pacientes do hospital." A pesquisa aponta telefones celulares, computadores e prontuários, "comumente usados, mas geralmente negligenciados", como equipamentos que estão carregando os micróbios.
"É urgente o desenvolvimento de políticas robustas de vigilância microbiana para ajudar a orientar os procedimentos, melhorando o controle de infecções," ressalta a conclusão do estudo.
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