27/04/2023

Tamanho dos intestinos humanos varia tanto que média é irrelevante

Com informações da New Scientist
Intestino delgado das mulheres é muito mais longo que o dos homens
A média não diz praticamente nada quando se trata do tamanho dos intestinos humanos.
[Imagem: www_slon_pics/Pixabay]

Média irrelevante

O tamanho dos intestinos humanos varia largamente de indivíduo para indivíduo, e variam em uma magnitude que médicos e cientistas nem sequer imaginavam ser possível.

E isto pode fazer uma grande diferença na hora de tratar problemas gastrointestinais ou lidar com a recentemente descoberta conexão entre intestino e cérebro, que vem sendo pesquisada por suas ligações com condições como Parkinson e autismo.

"Existe uma espécie de abordagem estereotipada centrada no que é mediano ou no que a maioria das pessoas experimenta," disse a professora Amanda Hale, da Universidade da Carolina do Norte (EUA). "Isso se contrapõe à medicina individualizada, onde você vê se uma pessoa tem características específicas sobre seu sistema digestivo que podem estar contribuindo para o que está acontecendo e que não atendem ao status quo."

O trabalho dos pesquisadores, que revela muito sobre o porquê de não termos um claro conhecimento sobre as diferenças no tamanho dos órgãos internos, envolveu a análise dos corpos de 21 mulheres e 24 homens, cujos cadáveres foram doados à universidade.

A maior diferença está no intestino delgado, cuja variação de comprimento pode chegar a três vezes. E, mesmo quando se considera apenas a média, uma diferença clara emergiu das medições: O intestino delgado das mulheres é quase 10% maior do que o dos homens - 4 metros nos homens e 4,3 metros nas mulheres.

"Se [os intestinos delgado das mulheres] são mais longos e há mais área de superfície, isso significa que eles podem extrair mais de tudo o que comem," propõe Hale. "Isso pode estar relacionado à reprodução, e provavelmente está".

Tamanho dos intestinos

Alguns dos indivíduos tinham cólons - a parte mais longa do intestino grosso, que remove água e alguns nutrientes dos alimentos parcialmente digeridos - que eram mais do que o dobro dos outros.

Os pesquisadores também descobriram que os comprimentos de outros órgãos diferem largamente, mas com uma menor variação ocorrendo entre os dois sexos. Por exemplo, o comprimento da vesícula biliar variou de 5,5 a 12,5 centímetros, enquanto os apêndices variaram de 1,4 a 12,7 centímetros.

No geral, os comprimentos dos órgãos não estavam relacionados com a altura dos indivíduos, que variavam de 149 a 184 centímetros de altura, nem com o tamanho de seus outros órgãos - por exemplo, ter uma vesícula biliar mais longa não necessariamente se correlacionou com um apêndice mais longo.

A conclusão da equipe aponta para a importância de levar em consideração a anatomia única das pessoas ao diagnosticá-las e tratá-las. "Isso ajuda a cultivar uma consciência e valorização pela grande quantidade de variação que existe, e como todas essas diferentes condições clínicas devem se manifestar de várias maneiras se nossos corpos são tão inerentemente diferentes," disse Erin McKenney, responsável pelas medições dos órgãos.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Hidden diversity: comparative functional morphology of humans and other species
Autores: Erin A. McKenney, Amanda R. Hale, Janiaya Anderson, Roxanne Larsen, Colleen Grant, Robert R. Dunn
Publicação: PeerJ
DOI: 10.7717/peerj.15148
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