Beber peróxido?
Têm proliferado pelas redes sociais receitas para a ingestão de peróxido, anunciado como uma técnica de "limpeza" do organismo.
Ocorre que esta prática leva consigo um elevado risco de ingestão excessiva, que resulta em inúmeras condições graves e um risco concreto de morte.
Embora existam vários tipos de peróxido, o mais comum é o peróxido de hidrogênio (H2O2), ou água oxigenada, disponível em várias concentrações.
"A ingestão de peróxido de alta concentração pode causar embolias que afetam os sistemas cardíaco, respiratório e neurológico, levando à incapacidade permanente ou morte," esclarece o Dr. Benjamin Hatten, da Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado (EUA).
"Apesar de ser considerado como uma 'super água', o peróxido não deve ser ingerido por nenhuma razão. Como ele também tem usos industriais, tem havido também ingestões acidentais por causa de sua semelhança com a água," acrescentou.
Intoxicação por peróxido
O professor Hatten examinou 10 anos de registros de internações por envenenamento pela ingestão de peróxido de alta concentração (concentração de 10% ou maior) - foram identificados 294 casos.
Embora não seja possível avaliar o percentual dos resultados graves, já que não há registros das pessoas realizando a prática de ingestão da substância, 13,9% dos casos que terminaram em internação envolveram eventos embólicos, e 6,8% dos casos ou resultaram em óbito ou em deficiência duradoura.
As condições com risco de vida associadas à ingestão de peróxido de alta concentração incluem convulsões, estado mental alterado, insuficiência respiratória, acidente vascular cerebral, embolia pulmonar e ataque cardíaco.
"Este produto foi concebido para ser utilizado em conta-gotas e, em seguida, diluído, mas encontramos muitos casos onde ele foi armazenado em um vaso transparente na geladeira," disse o Dr. Hatten. "Este é um líquido cáustico e, como acontece com muitos esforços de prevenção de envenenamento, recomendamos manter este produto em seu recipiente original e adicionar uma tampa resistente a crianças e um agente colorante para reduzir a possibilidade de ingestão acidental".
O estudo foi publicado no periódico Annals of Emergency Medicine.
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