26/03/2012

Imunossupressor Tacrolimo é nacionalizado pela Fiocruz

Com informações da Farmaguinhos

Transferência de tecnologia

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e o laboratório nacional Libbs Farmacêutica começaram a distribuir 6,6 milhões de cápsulas do Tacrolimo na apresentação de 1mg.

O medicamento é usado para evitar rejeição de transplantes de rins e fígados.

A Farmanguinhos adquiriu a tecnologia da Libbs, em um acordo que prevê também o fornecimento do insumo farmacêutico ativo, permitindo assim o domínio de toda a cadeia produtiva.

O processo de transferência da tecnologia tem duração de cinco anos e, ao longo desse período, estima-se uma economia de R$ 240 milhões para os cofres públicos.

A iniciativa faz parte da estratégia nacional de fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde, por meio da Política de Desenvolvimento Produtivo, do governo federal.

Tacrolimo

O Tacrolimo é um imunossupressor que diminui a atividade do sistema imunológico, efeito necessário para contornar a rejeição do organismo do paciente ao órgão transplantado, garantindo o sucesso do procedimento.

Esse medicamento consta na lista de produtos estratégicos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

O produto será distribuído aos transplantados, por meio do SUS, em todo o Brasil.

Até o final de 2012, o acordo entre Libbs, Farmanguinhos/Fiocruz e Ministério da Saúde prevê a distribuição de 30 milhões de unidades do Tacrolimo, beneficiando mais de 25 mil brasileiros que utilizam o medicamento.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Brasil realizou, em 2011, 4.957 transplantes de rim e 1.492 de fígado.

Confiança

Segundo o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, a iniciativa fortalecerá as indústrias farmacêuticas e farmoquímicas nacionais.

"Nosso objetivo é preencher uma lacuna, ou seja, produzir o medicamento com qualidade e com menos recursos", afirma o diretor.

Com a produção do Tacrolimo, destaca Hayne, espera-se ampliar o acesso a todos os pacientes que necessitam do medicamento, caso haja demanda reprimida, em função da economia gerada. Por outro lado, o fato de ser produzido por um laboratório público garante o abastecimento da rede pública de saúde.

Já o diretor do Libbs Farmacêutica, Álvaro Athayde, ressalta que, através da parceria, que reúne dois laboratórios de excelência, será possível realizar um serviço de alta qualidade.

"A parceria é um marco na trajetória do Libbs. Com mais de 50 anos de experiência em oferecer soluções de qualidade e acessíveis aos brasileiros em vários segmentos, entramos em uma nova fase. Nosso nível de excelência em tecnologia e produção nos dá a certeza de que estamos prontos para retribuir a confiança do governo e prestar o melhor serviço à população".

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