13/08/2009

Gripe A atinge índios de tribo isolada na amazônia peruana

Redação do Diário da Saúde
Gripe A atinge índio de tribo isoladas na amazônia peruana
O professor de medicina da Universidade de Bristol Stafford Lightman, disse que o efeito da gripe suína sobre os indígenas pode ser "devastador".
[Imagem: BBC]

Índios isolares

O Ministério da Saúde do Peru confirmou que pelo menos sete membros da tribo Matsigenka, que vivem isolados na Amazônia peruana, foram contaminados com o vírus da gripe A (H1N1).

A confirmação levou uma organização ambiental, a Survival International, a expressar preocupação, reforçando o temor de contágio em populações isoladas e vulneráveis.

De acordo com um comunicado da ONG, as populações que vivem na área estão "particularmente vulneráveis" a doenças trazidas pelo contato com pessoas de fora "porque têm menos imunidade, vivem na pobreza e possuem altas taxas de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas".

Efeito devastador

Um pesquisador ouvido pela ONG, o professor de medicina da Universidade de Bristol Stafford Lightman, disse que o efeito da gripe suína sobre os indígenas pode ser "devastador".

As preocupações ganham mais força pelo fato de os Matsigenka manterem contatos intermitentes com outras tribos que vivem isoladas ao longo do Rio Urubamba, e que também poderiam contrair o vírus H1N1.

Epidemias em povos indígenas

A Survival International deu exemplos de como a pandemia tem afetado povos indígenas em outros países.

Na Austrália, por exemplo, onde os aborígenes já têm uma expectativa de vida até 20 anos mais curta que os não-aborígenes, as fatalidades de nativos já correspondem a 10% do total causado pela gripe suína, disse a ONG.

Em Manitoba, uma província do Canadá, as taxas de infecção entre os nativos chegam a 130 por 100 mil, cerca de cinco vezes e meia a taxa de não-nativos.

Números

Apesar da confirmação de gripe A na tribo Matsigenka, o diretor regional de Saúde de Cusco, Santiago Mendez, disse que a doença está controlada e que grande parte dos 353 pacientes diagnosticados em seu departamento já recebeu alta.

De acordo com um boletim do Ministério da Saúde divulgado na terça-feira, a gripe suína já atingiu mais de 5,7 mil pessoas no país e levou à morte de 45 pessoas.

No mundo, a doença já afeta cerca de 200 mil pessoas, matando cerca de 1,6 mil. Desses óbitos, cerca de 90 foram registrados no Brasil.

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