Transplantes e economia
Dados do Ministério da Saúde indicam que o transplante de órgãos sólidos cairá de 7.772 em 2015 para 7.550 em 2016.
O órgão culpa a crise econômica pela queda, já que não se observa queda no número de doadores.
"Em um contexto de crise é perfeitamente esperado, os estados estão passando por dificuldades, qualquer modalidade assistencial acaba sofrendo algum revés. E o transplante é uma modalidade assistencial cara, de difícil absorção tecnológica," disse Rosana Rios Nothem, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes.
Esta é a primeira queda desde 2005. Cerca de 42.500 pessoas aguardavam na fila para transplante até 30 de junho deste ano. No ano passado havia 41.236 pessoas na lista de espera.
"Provavelmente os transplantes que demandam tecnologias mais avançadas estão tendo mais dificuldade de serem feitos. Leitos foram fechados em alguns estados e os hospitais de ponta acabaram mais demandados. A capacidade instalada talvez não tenha se conseguido manter por conta dessa situação mais crítica de desabastecimento dos hospitais", disse Rosana.
"Isso faz com que a gente tenha que aperfeiçoar as estratégias de cuidado do doador, pois quanto melhor for o órgão que entregarmos, mais tranquilo será para o sistema de saúde administrar esse transplante e o pós-operatório desse transplante," acrescentou.
Sistema funcionando
O governo federal gasta cerca de R$1 bilhão para manter o sistema de transplantes funcionando, sem considerar os gastos com pré e o pós-operatório, que envolvem medicações de alto custo. No caso dos transplantes de órgãos, o imunossupressor, medicação para evitar que órgão transplantado seja rejeitado pelo corpo, é contínuo e vital para o paciente.
"Não temos notícia de desabastecimento grave acontecendo, por conta das políticas federais, mas sabemos que pontualmente um ou outro estado às vezes se atrapalha na encomenda do quantitativo que precisa ou na discriminação de perfil de remédio e algumas coisas são contrapartidas estaduais", explicou a representante do Ministério da Saúde.
O Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo em números absolutos. O transplante de rim é o mais comum, representando 91% dos transplantes feitos no país. A taxa de doadores no país é de aproximadamente 14 por milhão de habitantes, maior que em países como a China e o Japão, mas está aquém da média considerada ideal de 15 doadores por milhão de habitantes, como ocorre em nações como Canadá e na Austrália.
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