Óxido nitroso
Bastante comum entre mulheres prestes a dar à luz em países como Suécia, Inglaterra e Canadá, cada vez mais popular nos Estados Unidos, mas praticamente desconhecido no Brasil.
Este é o óxido nitroso (N2O), mais conhecido como gás hilariante ou gás do riso, que tem como um de seus usos aliviar as dores do parto.
Profissionais da saúde e mães entusiastas relatam os benefícios no uso do gás, como uma opção a mais para as mulheres em trabalho de parto, além de ser menos invasivo e com menos riscos que uma anestesia como a peridural.
Em países europeus e no Canadá, o uso do óxido nitroso é tão tradicional que na maioria das maternidades ele já está instalado no quarto. No caso de partos domiciliares, cilindros do gás são levados pelas parteiras para as casas das grávidas.
"O uso do gás é cada vez mais frequente. É menos invasivo, pode ser controlado pela mulher, já que ela é quem determina quando e quanto inalar", diz a Dr. Melissa Howard Fries, do Hospital MedStar, em Washington. "De todas as grávidas que usam o gás, cerca de 30% optam em seguida pela peridural."
O número é menor do que a média nacional das norte-americanas que optam por essa anestesia, que, segundo a Sociedade de Anestesistas dos EUA, é de 60%.
Contrações do parto
No Brasil, o uso do óxido nitroso para aliviar as contrações do parto ainda é praticamente desconhecido, mas está começando a ser testado em um hospital carioca e em outro em Belo Horizonte.
"A ideia de usar o óxido nitroso aqui surgiu quando fomos visitar um hospital em Londres, para ver como a obstetrícia era tratada pelo sistema público britânico," conta João Batista de Castro Lima, diretor clínico do Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte.
Ele explica que o gás foi usado durante alguns meses, em uma fase de teste, e que a resposta das mulheres foi bastante positiva. "Agora, vamos implementá-lo para valer e estamos em busca de equipamentos mais adequados, porque a máscara que estávamos usando deixava escapar um pouco do gás."
Falta de hábito
Segundo o anestesista Oscar Pires, que é presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, o fato de o gás hilariante ser praticamente desconhecido no país deve-se mais a uma questão cultural, por não haver o hábito, do que uma posição contrária de médicos ou outros profissionais.
"Não conheço ninguém que seja contra seu uso, até porque diversos estudos mostram que ele traz conforto às pacientes, que não traz problemas clínicos para o bebê e que não aumenta o índice de cesárea ou o do uso de fórceps, o que é ótimo", diz o médico, lembrando de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, como tontura.
"Outra vantagem é que ele é eliminado rapidamente, em questão de minutos, do organismo, não fica no rim nem no fígado. Ou seja, é uma ótima alternativa para as pacientes que não querem a peridural ou que desejam esperar um pouco mais para tomá-la," acrescentou.
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