O falso que vira positivo
Mulheres que passaram pela dolorosa experiência de um resultado falso-positivo ao fazer mamografia preventiva podem ter um risco aumentado de desenvolver câncer de mama até 10 anos após o resultado falso-positivo.
Estudos já haviam mostrado que as mulheres sofrem anos após receber um falso-positivo de uma mamografia - esses traumas e tratamentos desnecessários são uma das principais razões da recente queda de popularidade da mamografia entre os especialistas.
A equipe da Dra Louise M. Henderson, da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, constatou agora que não se trata apenas um trauma psicológico: as mulheres com histórico de falso-positivo têm um risco aumentado de ter um câncer verdadeiro no futuro.
Risco aumentado
Segundo a equipe, ao longo de 10 mamografias preventivas, a chance de pelo menos um resultado falso-positivo é de 61% para mulheres que fazem o exame anualmente e de 42% para as mulheres rastreadas a cada dois anos. Ao receber um resultado positivo na mamografia, as mulheres são normalmente encaminhadas para imagens adicionais. Algumas delas serão encaminhadas a seguir para uma biópsia da mama.
Henderson e seus colegas analisaram dados de 1994 a 2009, somando 2,2 milhões de mamografias realizadas nos EUA em 1,3 milhão de mulheres, com idades entre 40 e 74 anos. Após a triagem inicial, as mulheres foram seguidas durante 10 anos, permitindo avaliar o risco de câncer da mama de todas elas ao longo do tempo.
Após ajustar os dados para os fatores tradicionais que influenciam o risco do câncer de mama, a equipe descobriu que as mulheres cujos resultados das mamografias foram classificados como falso-positivos e foram encaminhadas para um exame de imagem adicional tiveram um risco 39% maior de desenvolver o câncer de mama durante os 10 anos seguintes, em comparação com as mulheres que tiveram apenas resultados negativos.
As mulheres que tiveram um resultado falso positivo e foram encaminhadas para a biópsia da mama tiveram uma probabilidade 76% maior de desenvolver câncer de mama no mesmo período em comparação com as mulheres com resultado negativo.
Sem preocupações desnecessárias
A Dra Henderson ressalva que ela não espera que esses resultados aumentem a ansiedade sobre as mamografias, explicando que o aumento do risco absoluto com uma mamografia falso-positiva é modesto.
"Nós não queremos que as mulheres leiam isto e sintam-se preocupadas," disse ela. "Nossa intenção é que nossos resultados sejam uma ferramenta útil no contexto de outros fatores de risco," tais como idade, raça e histórico familiar de câncer de mama.
O estudo foi publicado no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, um jornal da Associação Norte-americana para Pesquisa do Câncer.
Este é um artigo de divulgação científica da Sociedade Norte-Americana de Pesquisas sobre o Câncer. Leia o original aqui.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Saúde da Mulher | Prevenção | Câncer | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.