Mudando seu próprio cérebro
Pesquisas recentes têm mostrado efeitos fisiológicos no cérebro gerados por mudanças comportamentais.
Esses efeitos são gerados por terapias para corrigir a gagueira ou por virtudes como o altruísmo, mas têm sido documentados mais fortemente como resultados da meditação.
Com esses resultados no campo benéfico, os cientistas passaram então a se interessar se os efeitos negativos dos comportamentos e condições de vida poderiam igualmente ser vistos no cérebro.
E o resultado foi mais conclusivo do que se esperava.
Fadiga mental
Todos nós já experimentamos o sentimento de exaustão mental, depois de um esforço excessivo no trabalho ou nos estudos.
O que Bui Ha Duc e Xiaoping Li, da Universidade Nacional de Cingapura, queriam saber era se a exaustão mental poderia ser diagnosticada mediante um exame de imageamento cerebral.
Eles usaram exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para monitorar a atividade do cérebro de estudante entre 19 e 25 anos que ficaram realizando tarefas durante 25 horas, sem dormir.
As imagens foram coletadas quatro vezes ao longo do período - 9 da manhã, 2 da tarde, 3 da manhã e novamente 9 da manhã do dia seguinte - de forma a tentar documentar o impacto progressivo da fadiga mental sobre o cérebro.
Cérebro cansado
A equipe verificou que o aumento na fadiga mental leva à diminuição gradual da atividade no cérebro dos voluntários em regiões específicas: no giro cingulado anterior e no córtex temporal frontal inferior direito, médio frontal esquerdo e superior direito.
O córtex cingulado anterior tem sido descrito como uma interface entre a motivação, a cognição e a ação, estando envolvido no uso do reforço da informação para controlar o comportamento.
As imagens do cérebro sugerem que a menor atividade nesta parte do cérebro está, portanto, ligada a essas sensações familiares de fadiga mental, incluindo a letargia e a lentidão de raciocínio.
Cura para a fadiga mental
"A pesquisa fornece uma base neurofisiológica para medir o nível de fadiga mental por exames EEG, bem como para a intervenção por meio de estimulação neural não-invasiva para manter a vigília," diz a equipe.
O grupo agora está desenvolvendo equipamentos voltados para a estimulação neural dessas regiões do cérebro, de forma a contrabalançar os efeitos da fadiga mental.
Quem não quiser comprar os aparelhos poderá se submeter a uma boa noite de sono.
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