Análise genética
Aquele pequeno pedaço do corpo entre a cabeça e os ombros foi mais importante para a evolução humana do que se pensava.
Segundo um novo estudo, o pescoço deu ao homem tamanha liberdade de movimentos que teve papel fundamental na evolução.
A conclusão deriva da análise genética do homem e de peixes e foi publicada na revista online Nature Communications.
Transição entre peixes e animais
Cientistas achavam que as nadadeiras peitorais em peixes e os membros superiores (braços e mãos) em humanos fossem inervados (recebessem nervos) a partir dos mesmos neurônios. Afinal, nadadeiras e braços parecem estar no mesmo local no corpo.
Mas não é bem assim.
De acordo com a pesquisa, durante a transição ocorrida entre peixes e animais que passaram a caminhar sobre a terra - que deu origem aos mamíferos -, a fonte dos neurônios que controlam diretamente os membros superiores se deslocou do cérebro para a medula espinhal, à medida que o tronco se distanciou da cabeça e entrou em cena o pescoço.
Os braços no homem, assim como as asas de aves e morcegos, separaram-se da cabeça e ficaram posicionados no tronco, abaixo do pescoço, indica o estudo feito por Andrew Bass, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e colegas.
Para que serve o pescoço
"O pescoço possibilitou o avanço em movimentos e na destreza em ambientes terrestres e aéreos. Essa inovação em biomecânica ocorreu simultaneamente a mudanças no modo em que o sistema nervoso controla os membros", disse Bass.
De acordo com o pesquisador, o surgimento desse nível de plasticidade evolutiva provavelmente é responsável pela grande variedade de funções dos membros superiores, do voo em aves e do nadar em baleias e golfinhos às habilidades humanas.
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