Médicos da Universidade de Colúmbia (EUA) estão propondo uma abordagem inédita para o estudo de novas terapias contra o câncer.
Em vez de arrolar centenas de pacientes voluntários, de forma a estabelecer uma média estatística dos resultados, os médicos querem adequar as terapias e testá-las em um paciente de cada vez.
Segundo eles, isto permitirá realizar uma verdadeira "engenharia reversa" da doença individual, determinando sua características únicas e, desta forma, encontrando formas de tratamento eficazes e que não tenham tantos efeitos colaterais.
Doenças muito diferentes
Embora a nomenclatura câncer seja largamente utilizada, não apenas cada tipo de doença é única, como também o mesmo tipo de tumor apresenta características distintas entre pacientes diferentes - é por isso que os resultados dos tratamentos são tão decepcionantes, frequentemente tendo como certos apenas os efeitos colaterais das quimioterapias e radioterapias.
"Se já aprendemos alguma coisa sobre esta doença, é que ela tem uma enorme heterogeneidade, tanto entre os pacientes quanto nos próprios pacientes individuais. Quando esperamos que diferentes pacientes com o mesmo subtipo de tumor, ou diferentes células dentro do mesmo tumor respondam da mesma forma a um tratamento, estamos fazendo uma enorme simplificação," diz o Dr. Andrea Califano, um dos proponentes da nova abordagem.
De posse da análise de cada paciente individual, Califano e seus colegas pretendem rastrear todas as drogas já aprovadas para uso humano, em busca daquelas com maior possibilidade de trazer bons resultados para aquele paciente específico.
Quando um medicamento se mostrar eficaz, eles esperam que outros pacientes cujos tumores tenham os mesmos reguladores mestres possam ser tratados com a mesma droga, estendendo os benefícios de um paciente para muitos.
E, focalizando em rotas exclusivos para as células do câncer, os pesquisadores esperam reduzir os efeitos tóxicos indesejáveis dos tratamentos atuais.
Além da genética
"Esperamos ser capazes de tratar pacientes não numa base individual, mas com base nas vulnerabilidades comuns na maquinaria celular do câncer, dos quais as mutações genéticas são apenas evidências indiretas. As alterações genéticas são claramente responsáveis pela carcinogênese, mas pontos de controle em redes moleculares podem ser alvos terapêuticos melhores," explica o médico.
Os primeiros estudos nessa nova abordagem já estão em andamento, analisando tratamentos individualizados para pacientes com tumores gástricos e neuroendócrinos. Novos estudos, com outros tipos de tumor, já estão planejados para os próximos dois anos.
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