11/07/2017

Estatinas não protegem, aumentam o risco de Parkinson, diz novo estudo

Redação do Diário da Saúde
Estatinas não protegem, aumentam o risco de Parkinson, diz novo estudo
O uso das estatinas é motivo de controvérsia há muito tempo, sobretudo seu uso de forma preventiva.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Estatinas, colesterol e Parkinson

O uso de estatinas pode acelerar o aparecimento dos sintomas da doença de Parkinson em pessoas suscetíveis à doença.

Embora as estatinas venham sendo objeto de controvérsia na comunidade médica há tempos, este alerta é surpreendente porque algumas pesquisas anteriores sugeriam que esses medicamentos, usados contra o colesterol alto, poderiam proteger contra a doença de Parkinson.

Até agora, os estudos nessa área vinham se mostrando inconsistentes, com alguns mostrando um menor risco, alguns não mostrando diferenças e alguns mostrando maior risco de doença de Parkinson entre os usuários de estatinas.

"Uma das razões que podem explicar esses resultados anteriores inconsistentes é que o colesterol elevado, a principal indicação para o uso das estatinas, tem sido relacionado a uma menor ocorrência da doença de Parkinson," explica o Dr. Xuemei Huang, professor de neurologia da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA). "Isso tornou difícil saber se o efeito protetor das estatinas era devido à droga ou ao estado preexistente do colesterol."

Outra razão para os resultados inconsistentes é que existem dois tipos de estatinas. As estatinas solúveis em água não conseguem entrar no cérebro, enquanto as estatinas lipossolúveis, chamadas lipofílicas, conseguem. Uma vez que as pessoas com colesterol elevado são tratadas com ambos os tipos, a interpretação dos resultados em relação à doença de Parkinson não é fácil.

Estatinas lipofílicas

Desta vez, a equipe do Dr. Huang selecionou cerca de 22 mil pessoas com doença de Parkinson entre milhões de pacientes. A seguir, esse número foi reduzido para 2.322 pacientes com doença de Parkinson recém-diagnosticada. Cada paciente de Parkinson foi então pareado aleatoriamente com um paciente do banco de dados que não tinha Parkinson, formando o chamado grupo de controle.

A seguir foram determinados quais pacientes estavam tomando estatinas e por quanto tempo eles tomaram antes do aparecimento dos sintomas da doença de Parkinson.

Foi daí que surgiu o resultado: O uso prévio de estatinas mostrou-se associado a um maior risco da doença de Parkinson, sendo o resultado mais significativo durante o início do uso dessas drogas.

"O uso de estatinas foi associado a um risco de doença de Parkinson mais alto, e não menor, e a associação foi mais forte para as estatinas lipofílicas, uma observação inconsistente com a hipótese atual de que essas estatinas protegem as células nervosas," disse Huang. "Além disso, esta associação foi mais robusta para o uso de estatinas por menos de dois anos e meio, sugerindo que as estatinas podem facilitar o aparecimento da doença de Parkinson".

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