Enxaqueca com aura
Além da dor intensa e do transtorno que costuma causar, a enxaqueca traz consigo outros males: tonturas, comprometimento da estabilidade postural, desequilíbrio dinâmico e alterações na marcha.
Esses sintomas são agravados quando a enxaqueca vem precedida da aura, sintoma neurológico que provoca fenômenos visuais, como pontos de luz e flashes.
A doença é extremamente frequente, afetando em torno de 12% da população em todo o mundo, sejam homens, mulheres e até crianças.
Outro fato de reconhecimento mundial é a predisposição feminina para o problema. Acomete entre 18% e 20% das mulheres contra apenas 4% a 6% dos homens, com pico de prevalência nos anos produtivos, entre 25 e 55 anos idade.
Equilíbrio
A pesquisadora Gabriela Ferreira Carvalho, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, conseguiu agora demonstrar que a aura intensifica os distúrbios de equilíbrio que afetam os enxaquecosos.
Os resultados revelaram maior desequilíbrio em pacientes com enxaqueca e aura associadas, tanto na avaliação onde os dois pés estavam apoiados, quanto com o apoio em um só pé. A agilidade durante a caminhada também foi menor nas mulheres com enxaqueca.
Os sintomas de tontura acompanharam 80% daquelas com aura e 65% do grupo sem aura.
O estudo constatou que, mesmo sem a presença da aura, a enxaqueca compromete a velocidade da caminhada.
Essas constatações, garante a pesquisadora, abrem novos caminhos para investigar a doença e aponta para a necessidade de novos tratamentos e orientação aos pacientes, levando em conta a interferência da aura, por exemplo.
Danos neurológicos
A pesquisadora explica que a enxaqueca é uma cefaleia de alta prevalência que pode estar associada a complicações isquêmicas do tecido cerebral.
Na presença de aura, verifica-se maior frequência de danos nas regiões do cerebelo e do sistema vestibular e as repercussões clínicas dessas anomalias ainda são desconhecidas.
Como a enxaqueca com ou sem aura compromete a estabilidade e a mobilidade, o resultado é de impacto significante nas atividades de vida diária das pessoas.
Assim, a pesquisadora pretende agora se dedicar a estudar tratamentos preventivos contra o comprometimento funcional desses pacientes.
Gabriela acredita na importância das investigações sobre as alterações na marcha e também na verificação de eventual agravamento do quadro com o processo de envelhecimento.
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