23/09/2020

Efeito Mozart confirmado: Música ajuda tratar epilepsia

Redação do Diário da Saúde
As músicas de Mozart e Strauss já foram usadas contra a hipertensão com ótimos resultados.
[Imagem: Barbara Krafft]

Efeito Mozart

Uma nova análise abrangente sobre o efeito da música de Mozart na epilepsia confirmou que ouvir a música de piano pode reduzir a frequência dos ataques dessa condição neurológica.

Os resultados desta meta-análise abrangente - uma meta-análise é um "estudo de estudos" - podem derrubar o ceticismo atual sobre esses efeitos, que algumas equipes vêm usando isoladamente com ótimos resultados.

A ideia de que ouvir Mozart pode ter efeitos benéficos na saúde mental surgiu a partir de descobertas iniciais na década de 1990. Desde então, houve vários estudos, mas muitos envolveram um número de voluntários muito pequeno ou eram de qualidade variável, levando a evidências mistas. Por isso, o "Efeito Mozart" tem sido tratado com algum ceticismo por muitos médicos.

Agora, dois pesquisadores italianos - Dr. Gianluca Sesso e Dr. Federico Sicca, da Universidade de Pisa - conduziram uma revisão sistemática dos trabalhos científicos relacionados ao efeito da música de Mozart na epilepsia.

Efeitos terapêuticos da música

Trabalhando de acordo com métodos padrão aceitos para análise dos tratamentos clínicos, eles examinaram 147 artigos de pesquisa publicados, os quais eles avaliaram de acordo com a relevância e a qualidade da pesquisa. Isso permitiu que selecionassem 12 pesquisas, feitas por nove grupos diferentes de pesquisadores, representando a melhor ciência disponível sobre o efeito da música de Mozart na epilepsia.

A meta-análise indica que um período ouvindo Mozart pode gerar uma redução média nas crises epilépticas variando entre 31% e 66%, variando de pessoa para pessoa e de acordo com o estímulo musical usado.

Os estudos originais sobre o Efeito Mozart usavam a sonata para 2 pianos, K448, e esta se manteve como a música mais utilizada nos experimentos. A sonata para piano K545 também demonstrou ter um efeito positivo.

Esses efeitos ocorreram após uma única sessão de escuta e foram mantidos após um período prolongado de tratamento.

"Todas as culturas têm música, portanto, ela obviamente atende a algumas necessidades psicológicas. Os mecanismos do Efeito Mozart são mal compreendidos. Obviamente, outras músicas podem ter efeitos semelhantes, mas pode ser que as sonatas de Mozart tenham estruturas rítmicas distintas que são particularmente adequadas para trabalhar epilepsia," disse o Dr. Gianluca Sesso.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Safe and sound: meta-analysing the Mozart effect on epilepsy
Autores: Gianluca Sesso, Federico Sicca
Publicação: Clinical Neurophysiology
Vol.: 131(7)
DOI: 10.1016/j.clinph.2020.03.039
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