Risco agudo
A Anvisa divulgou os últimos dados de monitoramento dos agrotóxicos com uma novidade: Pela primeira vez o relatório trouxe a avaliação do risco da ingestão de resíduos de agrotóxicos nos alimentos.
Anteriormente, a agência divulgava as irregularidades encontradas, mas sem uma avaliação do risco que levasse em consideração outros fatores, como o padrão de consumo do alimento.
A nova metodologia, recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), estima o risco do consumo de uma determinada quantidade de alimento que contenha resíduo de agrotóxico, algo que já vinha sendo feito em países da Europa, nos EUA, no Canadá, entre outros.
Mais especificamente, é avaliado o "risco agudo" relacionado às intoxicações que podem ocorrer dentro de um período de 24 horas após o consumo do alimento que contenha resíduos de agrotóxicos. Ou seja, a avaliação do risco calcula a probabilidade de ocorrência de um evento adverso à saúde.
Quais foram os resultados?
Foram avaliados cereais, leguminosas, frutas, hortaliças e raízes, totalizando 25 tipos de alimentos. O critério de escolha foi o fato de que estes itens representam mais de 70% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira. As irregularidades apontam o número de amostras que não estavam no padrão definido pela regra.
Um dos alimentos com maior quantidade de amostras analisadas foi a laranja. Das 744 amostras analisadas, 684 foram consideradas satisfatórias, mas apenas 141 não apresentaram resíduos de agrotóxicos.
Uma das situações de risco identificadas na laranja está relacionada ao agrotóxico carbofurano, que passa por processo de reavaliação na Anvisa. É a substância presente nas amostras que mais preocupa quanto ao risco agudo, sendo que 11% das amostras de laranja apresentaram situações de risco relativas ao carbofurano.
O agrotóxico carbendazim é outro que merece atenção quanto ao risco agudo. Os resultados do programa revelaram que em 5% das amostras de abacaxi há potencial de risco relacionado à substância.
Um aspecto importante é que as análises do programa sempre são feitas com o alimento inteiro, incluindo a casca, que, no caso da laranja e do abacaxi, não é comestível. Ou seja, com a eliminação da casca, a possibilidade de risco é diminuída. Isso porque alguns estudos trazem indícios de que a casca da laranja tem baixa permeabilidade aos principais agrotóxicos detectados, de modo que a possibilidade de contaminação da polpa é reduzida.
Já para os demais produtos, como a abobrinha, o pimentão, o tomate e o morango, o risco agudo calculado foi considerado aceitável em quantidade superior a 99% das amostras.
O que o consumidor pode fazer?
Com relação às atitudes do consumidor para minimizar sua exposição aos resíduos de agrotóxicos, algumas medidas são importantes:
Riscos ao agricultor
As irregularidades apontadas no relatório, apesar de não representarem risco apreciável à saúde do consumidor do ponto de vista agudo, podem aumentar os riscos ao agricultor, caso ele utilize agrotóxicos em desacordo com as recomendações de uso autorizadas pelos órgãos competentes.
As irregularidades também podem indicar uso excessivo do produto ou mesmo a colheita do alimento antes do período de carência descrito na bula do agrotóxico. As situações de contaminação por deriva, contaminação cruzada e solo, entre outros, também podem ocasionar a presença de resíduos irregulares nos alimentos, principalmente nos casos em que os resíduos são detectados em concentrações muito baixas.
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