07/07/2011

DNA do rato pelado: como viver 10 vezes mais e sem câncer

Redação do Diário da Saúde
DNA do rato pelado: como viver 10 vezes mais e sem câncer
O rato-toupeira-pelado vive cerca de 10 vezes mais do que roedores similares e parece ser imune ao câncer.
[Imagem: Pittsburgh Zoo/PPG Aquarium]

Imunidade ao câncer

O rato-toupeira-pelado, que vive nos ambientes inóspitos dos desertos da África Oriental, não sente dor e tem uma baixa taxa metabólica, que lhe permite viver no subsolo com suprimento de oxigênio limitado.

E lhe permite viver muito, com uma taxa de incidência de doenças extremamente baixa - ele vive nada menos do que 10 vezes mais do que roedores similares.

E o mais interessante é que o estranho animal parece ser imune ao câncer - nenhum experimento conseguiu fazer com que tumores se desenvolvessem no rato-toupeira-pelado.

Agora, cientistas terminaram de sequenciar o genoma desse animal, em busca de tentar compreender a sua longevidade e sua resistência às doenças do envelhecimento.

Causas do envelhecimento

Até hoje, o câncer nunca foi detectado em um rato-toupeira-pelado.

Estudos recentes têm sugerido que suas células possuem recursos anti-tumorais que não estão presentes em outros roedores ou nos seres humanos.

Pesquisadores da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, estão analisando os dados genômicos e disponibilizando-os para outros pesquisadores em ciências da saúde, fornecendo informações que possam ser relevantes para estudos em envelhecimento humano e câncer.

Os pesquisadores usarão a informação genômica para estudar os mecanismos que o protegem contra as causas do envelhecimento, como o reparo do DNA e genes associados a estes processos, com vistas a usar as informações em benefício dos humanos.

Envelhecimento humano e câncer

"O rato-toupeira-pelado tem fascinado os cientistas há muitos anos, mas só há poucos anos descobrimos que ele podia viver tanto. Ele não é muito maior do que um rato, que normalmente vive até quatro anos, mas esse roedor subterrâneo vive três décadas em boa saúde.

"É um exemplo interessante de quanto ainda temos que aprender sobre os mecanismos do envelhecimento," diz o Dr. João Pedro Magalhães, coordenador do estudo.

"Com este trabalho nós queremos estabelecer o rato-toupeira-pelado como o primeiro modelo de resistência a doenças crônicas do envelhecimento," propõe o cientista.

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